La La Land: Cantando Estações

por: Cinevitor

lalalandfinalLa La Land

Diretor: Damien Chazelle

Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, J.K. Simmons, John Legend, Callie Hernandez, Jessica Rothe, Sonoya Mizuno, Rosemarie DeWitt, Amiée Conn, Terry Walters, Thom Shelton, Cinda Adams, Claudine Claudio, Jason Fuchs, D.A. Wallach, Trevor Lissauer, Olivia Hamilton, Anna Chazelle, Marius De Vries, Finn Wittrock, Josh Pence, Nicole Coulon, Damon Gupton, Christopher Michael Stevens, Keith Harris, Kaveh Rastegar, Briana Lee, David Douglas, Miles Anderson, Bobo Chang, Meagen Fay, Robert Haynes, John Hindman, Valarie Rae Miller, Nicole Wolf, Tom Everett Scott, Camryn Ray Cavaliero.

Ano: 2016

Sinopse: Mia é uma aspirante a atriz. Sebastian é um músico de jazz dedicado. Os dois lutam para sobreviver em uma cidade conhecida por esmagar as esperanças e quebrar os corações. Ambientado na moderna Los Angeles, este musical original fala sobre a vida cotidiana e explora a alegria e a dor de um casal que persegue os seus sonhos.

Crítica do CINEVITOR: Não faz muito tempo que Damien Chazelle ganhou notoriedade na sétima arte. Foi com o eletrizante Whiplash: Em Busca da Perfeição, lançado em janeiro de 2015 no Brasil, que o cineasta chamou atenção e conquistou um lugar de destaque entre os grandes nomes do cinema. Se faltava alguma coisa para que seu talento fosse aprovado pela crítica e pelo público, agora, com La La Land: Cantando Estações, no qual também assina o roteiro, ele crava de vez sua bandeira em um território habitado por excelentes e criativos diretores. Dessa vez, Chazelle conta a história de Mia e Sebastian, dois sonhadores que vivem em Los Angeles em busca de realizações profissionais e pessoais. Interpretados com graciosidade por Emma Stone e Ryan Gosling, os carismáticos personagens logo encantam o espectador. Mas, antes disso, é preciso falar sobre a cena de abertura do filme. Tudo começa com um excelente plano sequência, daqueles que dá vontade de aplaudir em cena aberta, como no teatro, onde as pessoas, até então presas em um trânsito caótico, saem de seus carros para cantar e dançar uns com os outros. As roupas coloridas e a alegria estampada nos rostos dos dançarinos dão uma prévia do que vamos acompanhar ao longo dos 128 minutos de projeção. Ao final do espetáculo, surge o nome do filme na telona e aquela sensação de que vamos ficar de boca aberta em muitas outras cenas. Em seguida, somos apresentados aos protagonistas e suas histórias. Mia quer ser atriz e luta para conseguir um papel de destaque. Sebastian é apaixonado por jazz e deseja abrir seu próprio estabelecimento para não deixar a música morrer. Ambos moram em Los Angeles, a cidade dos sonhos, de Hollywood, do glamour, das estrelas e também das ilusões. La La Land: Cantando Estações fala de sonhos e frustrações. E por isso é tão tocante e sensível. É também nostálgico e faz uma bela homenagem ao cinema; aos musicais da Era de Ouro principalmente. A todo instante nos deparamos com referências cinematográficas: seja nos enquadramentos clássicos, seja em um muro da cidade pintado com imagens de ícones como Marilyn Monroe, Charles Chaplin e Cleópatra, de Elizabeth Taylor ou então quando Ryan Gosling encosta em um poste como fez Gene Kelly em Cantando na Chuva. Impossível não lembrar também de Fred Astaire na belíssima cena de sapateado em que os protagonistas cantam e dançam em uma rua deserta sob as estrelas, acompanhados pelas luzes da cidade lindamente fotografadas. La La Land respira cinema e música, mas fala sobre a vida. Em meio a diálogos descontraídos, apresenta frases profundas que te levam a reflexões das mais íntimas, causando uma mistura de sentimentos, ainda que o roteiro seja o ponto mais fraco do longa. Mas, como que um filme tão alegre, tão colorido e tão belo consegue causar uma sensação melancólica em meio a tantos sorrisos e números musicais estonteantes? Tarefa difícil que Chazelle consegue realizar com maestria. Confiante, o diretor não hesita ao brincar com o cinema e também com os nossos sentimentos. Você vai rir, chorar, ficar desorientado, ser arrebatado em alguns momentos, vai ter vontade de sair dançando do cinema, vai querer cantar, se emocionar e ouvir as músicas em casa. Com uma fotografia que mais parece uma poesia visual e uma trilha sonora emocionante, composta por Justin Hurwitz, assim como as canções e suas belíssimas letras (destaque para City of Stars), La La Land transporta a magia do cinema diretamente para o coração do espectador. Fala de sonhos. De todos os tipos. Dos mais improváveis e distantes até os mais sensatos e possíveis. La La Land é esperançoso e mostra para o espectador que desistir nem sempre é a melhor saída e que o destino pode estar em suas mãos. Em um céu repleto de estrelas, será que todas estão brilhando por você? Basta querer. E sonhar. Sempre. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-4,5-estrelas

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