Halder Gomes e Marta Aurélia serão homenageados no 31º Cine Ceará

por: Cinevitor
O homenageado deste ano na 25ª edição do evento, em 2015.

O cineasta Halder Gomes e a atriz Marta Aurélia, ambos cearenses, serão as personalidades homenageadas no 31º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro em formato presencial em Fortaleza, em TV por assinatura e on-line. Os homenageados serão agraciados com o Troféu Eusélio Oliveira na solenidade de abertura do festival.

Mestre em taekwondo, artista plástico e formado em Administração de Empresas, foi no cinema que Halder Gomes seguiu sua carreira profissional, onde conquistou lugar de destaque com sucessos de bilheteria com suas comédias autorais. Ao invés de deixar o Ceará, criou a sua própria Holliúdy, atraindo anualmente investimentos milionários para sua terra e suas histórias que, na esmagadora maioria, são rodadas no sertão cearense.

Jornalista, atriz, cantora, compositora e performer, Marta Aurélia é uma artista com mais de 30 anos de carreira que transita com desenvoltura entre as linguagens e atualmente desenvolve trabalhos na arte experimental e arte híbrida.

A carreira de Halder Gomes no cinema começou em 1991 como dublê em filmes de artes marciais nos Estados Unidos. Dez anos depois estreava como diretor no longa No Calor da Terra do Sol, que teve sua primeira exibição pública em 2004 no Cine Ceará. Em seguida rodou o curta Cine Holiúdy – O Astista Contra o Caba do Mal, base para seu quarto longa, Cine Holliúdy, que em 2013 foi o filme brasileiro que alcançou a maior média de público por sala; a trama teve continuidade em 2019 com Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral.

No mesmo ano, a saga de Francisgleydisson, vivido por Edmilson Filho, inspirou a série Cine Holliúdy, em 10 episódios, que foi lançada inicialmente no serviço de streaming Globoplay e posteriormente na Rede Globo, se tornando um fenômeno de audiência do horário na sua estreia e na reprise um ano depois, também em horário nobre da emissora. O DNA Cine Holliúdy obteve resultados fenomenais em todos seus desdobramentos da franquia em todo o Brasil e em festivais nos cinco continentes, destroçando de vez a diminutiva e limítrofe expressão regionalista.

Em uma trajetória marcada pela diversidade de gêneros e temas, Halder Gomes também dirigiu o terror The Morgue, em codireção com Gerson Sanginitto; o premiado curta documental Loucos de Futebol; o drama As Mães de Chico Xavier, em codireção com Glauber Filho; a comédia de ação O Shaolin do Sertão; a comédia urbana Os Parças; e o stand-up para a Netflix, Edmilson Filho em: Notas, uma comédia de relacionamentos. Em tempos de pandemia, entre outros trabalhos em desenvolvimento, finalizou em 2021 o longa Vermelho Monet, ainda inédito, seu primeiro drama com temática sobre pintura, filmado em Lisboa; e rodou a comédia Bem-vinda a Quixeramobim.

Realizou durante o lockdown o curta Cóu Stóries, a convite de Kleber Mendonça Filho através do Instituto Moreira Sales; como produtor, em parceria com Mayra Lucas, lançou em 2020 na Netflix a comédia de ação Cabras da Peste, dirigida por Vitor Brandt, e o suspense psicológico Dente por Dente, dirigido por Júlio Taubkin e Pedro Arantes. Ainda no início da pandemia chegou a filmar um quarto da 2ª temporada da série Cine Holliúdy. No momento, Halder filma no sertão cearense a primeira temporada de uma série de comédia e ação para o streaming.

Homenagem: atriz cearense consagrada.

Marta Aurélia teve sua primeira experiência no cinema em Luzia Homem, em 1988, de Fábio Barreto. No papel da beata Maria de Araújo em Milagre em Juazeiro, longa de estreia de Wolney Oliveira, ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Brasília. Protagonizou o curta Francisca Carla, de Natal Portela, com Ney Matogrosso e Elke Maravilha no elenco. Participou do curta Marco, de Sara Benvenuto, que correu festivais pelo Brasil, e está em Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso, premiado no Cine Ceará em 2020 como melhor longa da Mostra Olhar do Ceará.

A artista acaba de protagonizar o filme Circuito, de Alan Sousa e Leão Neto, e integra a equipe performática e musical do projeto Resumo da Ópera, com os grupos Teatro Máquina e No Barraco da Constância Tem!; os dois trabalhos são inéditos. Na área musical, prepara-se para lançar dois singles, Tectônica e Sub-repticiamente, com produção de Caio Castelo, e em novembro festeja 60 anos de vida com um show no Theatro José de Alencar.

Formada em jornalismo e especialista em teorias da comunicação e da imagem (UFC), Marta Aurélia trabalhou por 30 anos na Rádio Universitária FM como locutora e produtora de programas musicais e jornalísticos. É pesquisadora da voz e do corpo na perspectiva da arte, saúde e autoconhecimento. Desde que começou a cantar canções indígenas do povo Tremembé de Almofala, nos anos 1990, Marta Aurélia vem, paulatinamente, se colocando mais ao lado das lutas dos povos originários. Atualmente, investe no projeto Casa D’Aurélia, que investiga a estreita relação entre arte e vida e consiste em morar em temporadas com outros artistas, cada uma marcada por produções artísticas, intensificadas durante a pandemia.

Sobre o festival: mostras competitivas e exibições especiais, com produções locais, nacionais e internacionais vão compor a 31ª edição do evento. Realizado anualmente desde 1991, esta é a segunda edição do Cine Ceará no formato presencial e virtual. Margarita Hernandez é a diretora de programação do evento e o cineasta Wolney Oliveira é o diretor executivo do festival desde 1993.

Para a programação presencial o festival seguirá os protocolos sanitários vigentes do setor de audiovisual/cinema, estabelecidos pelo Governo do Ceará por meio de decreto.

Fotos: Rogerio Resende/Divulgação.

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