Entrevista: Anne Celestino Mota e Gil Baroni falam sobre Alice Júnior, exibido no 26º Festival de Cinema de Vitória

por: Cinevitor

alicejuniorvitoriaA equipe do filme no palco: muitos aplausos.

O penúltimo dia da 9ª Mostra Competitiva Nacional de Longas da 26ª edição do Festival de Cinema de Vitória marcou a estreia brasileira de Alice Júnior, filme de Gil Baroni, que contou com a presença de diversos integrantes da equipe no palco.

O longa conta a história de Alice, interpretada por Anne Celestino Mota, uma garota transexual que quer dar o primeiro beijo, ser feliz e viver as experiências da adolescência sem ser rotulada e reprimida. No palco, o diretor fez seu discurso: “Queria agradecer ao Festival de Vitória, a curadoria, toda equipe do evento e dedicar esse filme à Anne Celestino, que foi fundamental para nós durante esse processo longo de realização. E toda minha equipe que veio de Curitiba para trazer o nosso calor para a exibição. Estamos aqui com muito amor”.

O filme fala sobre a adolescência, suas inquietações, seus sonhos e retrata a escola como um ambiente de ensino indispensável, mas que muitas vezes pode ser opressor. O diretor Gil Baroni, o roteirista e criador da ideia original Luiz Bertazzo e o coroteirista Adriel Nizer Silva, desenvolveram a história ao longo de um ano e meio. “Foi um processo de muito aprendizado. A primeira Alice Júnior tinha outros padrões de pensamento e outras características. Quando encontramos a Anne, muita coisa mudou. Eu queria falar de outros problemas que aparecem depois de sair do armário. Alice Júnior é uma personagem muito mais catalisadora do entorno do que necessariamente uma personagem que faz suas mudanças internas”, disse Bertazzo na coletiva de imprensa.

A protagonista, natural de Recife, visitou a equipe em Curitiba e após várias conversas não só ganhou o papel de Alice como contribuiu com várias mudanças na escrita do roteiro, pois a equipe entendeu que a história deveria ser contada a partir do seu olhar, da sua militância, suas experiências e que seu lugar de fala deveria ser respeitado. “O filme traz uma personagem trans para o protagonismo da história. Como contar essa história sendo coerente com a realidade de um país transfóbico, mas ao mesmo tempo como fazer com que essa personagem tivesse força para representar a coragem, a superação e a vitória? Esse foi o maior desafio”, contou o diretor.

O filme, que foi muito aplaudido no Teatro Glória durante sua exibição e nos créditos finais, tem estreia prevista para 2020 pela Olhar Distribuição, e conta também com Emmanuel Rosset, Matheus Moura, Surya Amitrano, Thais Schier, Igor Augustho, Gustavo Piaskoski, Kátia Horn, Cida Rolim e Marcel Szymanski no elenco.

Para falar mais sobre Alice Júnior, conversamos com o diretor e com a protagonista. Aperte o play e confira:

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Foto: Sérgio Cardoso.

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