Elle

por: Cinevitor

elleposterDiretor: Paul Verhoeven

Elenco: Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Anne Consigny, Charles Berling, Virginie Efira, Judith Magre, Christian Berkel, Jonas Bloquet, Alice Isaaz, Vimala Pons, Raphaël Lenglet, Arthur Mazet, Lucas Prisor, Hugo Conzelmann, Stéphane Bak, Hugues Martel, Anne Loiret, Nicolas Beaucaire, David Léotard, Loïc Legendre, Jean-Noël Martin, Eric Savin, Olivia Gotanègre, Zohar Wexler, Raphaël Kahn, Jina Djemba, Nicolas Ullmann.

Ano: 2016

Sinopse: Michèle Leblanc aparenta ser indestrutível. A mente por trás de uma inovadora empresa de videogames, ela tem a mesma postura rígida tanto na sua vida pessoal como profissional. Mas a vida de Michèle muda para sempre quando ela é atacada em sua própria casa por um criminoso desconhecido. Quando ela decide, de forma resoluta, que irá rastrear e derrubar seu agressor, ambos são sugados para um perigoso jogo de curiosidade e suspense. Um jogo que pode, a qualquer momento, sair de controle.

Crítica do CINEVITOR: É quase impossível imaginar outra atriz que não Isabelle Huppert para protagonizar esse filme. Só ela conseguiria interpretar Michèle Leblanc tão bem. Sua feição, seus trejeitos, seu olhar e sua frieza engrandecem a personagem e contribuem para um trabalho arrebatador em cena. Dirigida por Paul Verhoeven, Huppert dá vida a uma mulher bem-sucedida que vê sua vida se transformar depois de ser violentada dentro de sua própria casa. E é aqui que começa a perturbação narrativa de Elle, quando a vítima se aproxima do agressor e cria uma relação com ele para descobrir seu paradeiro. Verhoeven não se intimida ao polemizar sobre o assunto, causando estranhamento no espectador. Qual a verdadeira intenção dessa mulher? Qual o limite de seus desejos? Como ela consegue lidar com tanta frieza tamanha brutalidade? São essas questões intrigantes que causam desconforto e, ao mesmo tempo, são fundamentais para o desenvolvimento da narrativa. Elle constrói um perigoso e assustador jogo de sedução, que destaca as atitudes questionáveis de sua protagonista, vítima de estupro, diante de uma situação tão delicada. O afeto e a violência caminham juntos nessa história, mas por trás desse quebra-cabeça intrigante, há também espaço para o ódio, peça fundamental para completar esse mosaico psicológico. Aos poucos, Michèle Leblanc tenta reorganizar seus sentimentos, fragmentados pelo trauma, a fim de colocar um ponto final nessa confusa perturbação. Elle não é um filme comum. É perverso e audacioso. Trata de assuntos polêmicos em meio a um suspense bem roteirizado que, propositalmente, causa desconforto. Nada do que está em cena é descartável. Cada atitude de seus personagens, por mais absurdas que possam parecer, servem para alinhar e desvendar os enigmas pessoais de cada um. E tudo isso com Isabelle Huppert em cena, imersa em um universo particular amedrontador. Uma atuação brilhante em um filme sem meio termo. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

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