Diretor cubano Carlos Lechuga apresenta Santa e Andrés, com Lola Amores, no 27º Cine Ceará

por: Cinevitor

cubaceara2O diretor Carlos Lechuga com a atriz Lola Amores durante o debate.

Dirigido por Carlos Lechuga, o cubano Santa e Andrés narra a amizade improvável entre uma jovem camponesa revolucionária, encarregada de vigiar um escritor dissidente e homossexual. Isolados na região rural de Cuba, ainda comandado por Fidel Castro, no início dos anos 1980, os personagens, aos poucos, vão descobrindo que têm mais coisas em comum do que suspeitam.

Exibido na terça-feira, 08/08, na Mostra Competitiva Ibero-americana de longa-metragem do 27º Cine Ceará, o filme, que destaca o regime cubano daquela época, tem chamado atenção por onde passa por ter sido proibido em seu próprio país, mesmo filmado com autorização do Estado: “Nunca escondemos o roteiro, por isso, nunca foi algo clandestino. Foram três anos de pesquisa, entrevistando pessoas que passaram por isso. Eu soube de histórias parecidas com a do filme e assisti muitos documentários como referência. Os cubanos que me encontram no exterior sempre expressam muita gratidão. O filme agrada ao público, mas desagrada quem já tem opinião formada. É muito importante receber o feedback de pessoas que viveram naquela época”, contou o diretor durante a coletiva de imprensa realizada no dia seguinte à exibição do filme.

Não foi exibido em Cuba, mas passou em mais de quarenta festivais e foi premiado em alguns. As pessoas se emocionam, mas também há quem diga que isso não aconteceu. Porém, não me arrependo de ter feito esse filme e faria tudo de novo. Minha família é de revolucionários e recebi muito apoio“, completou o diretor.

cubaceara1Equipe do filme no palco do Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

A produtora Claudia Calviño comentou sobre a situação atual do país: “As coisas estão piores hoje em dia para o cinema cubano. Tudo está difícil, não só para os cineastas independentes. Sinto que estamos no pior momento do nosso cinema. Eu era muito otimista, mas hoje estou mais pessimista por conta de tudo o que está acontecendo. Fazemos cinema porque somos malucos, visto que não há verba. Eu tento fazer coprodução para conseguir algum dinheiro, mas também há muitos obstáculos para isso“.

A protagonista Lola Amores, que faz sua estreia como atriz neste filme, falou sobre essa nova experiência e inspirações: “Eu fiz muita pesquisa dentro da minha própria família, principalmente com meus avós e bisavós, onde busquei inspiração, e isso me enriqueceu muito como atriz“.

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Fotos: Rogerio Resende.

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