Carlos Eduardo Ferraz e Mateus Maia no curta Os Últimos Românticos do Mundo.
Foram anunciados neste domingo, 14/03, os vencedores da primeira edição do Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro, que aconteceu em formato on-line, por conta da pandemia de Covid-19, com uma série de atividades aos espectadores interessados em cultura e diversidade sexual. A cerimônia virtual foi comandada pelas drag queens Palloma Maremoto e Maybe Love.
O festival exibiu 35 filmes diversos em estética, enredo e linguagem; 30 deles selecionados pela curadoria dentre mais de 272 inscrições. O Pajubá também ofereceu debates com os realizadores, seminários e masterclasses temáticas de roteiro, criação de coletivos e políticas de visibilidade.
A inspiração para o festival nasce a partir do pajubá, que é uma expressão que define o vocabulário criado pela comunidade LGBTI+ no período da ditadura militar como forma de enfrentar a repressão policial e se proteger da opressão através de códigos sociais só entendidos por aqueles inseridos naquele contexto de marginalidade. Sendo uma forma de afirmação identitária coletiva, o pajubá se popularizou e atualmente continua sendo amplamente usado, sempre se atualizando.
Levando em conta a capacidade de grupos excluídos socialmente criarem uma linguagem e cultura própria, o festival se propõe a ser um espaço de reflexão, conhecimento e celebração da cultura LGBTI+ através da linguagem audiovisual, espaço historicamente negado a representações das minorias sexuais, muitas vezes relegados a estereótipos negativos e caricatos.
A curadoria desta primeira edição foi assinada por Iasmin Coni, Laís Lima, Márcio Paixão, Maria Lucas, Rafael Ribeiro e Thiago Tavares. O Júri Oficial foi formado por Felipe Carvalho, Galba Gogóia e Jean Pierry Oliveira.
Conheça os vencedores do 1º Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro:
MOSTRA COMPETITIVA BRASIL | FICÇÃO
Melhor Filme: Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
Menção Honrosa: Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP)
Troféu Madame Satã de Atuação: Sharlene Esse, por Os Últimos Românticos do Mundo
Troféu Madame Satã de Atuação | Menção Honrosa: Joana Dandara Fernandes, por Abjetas 288
MOSTRA COMPETITIVA BRASIL | DOCUMENTÁRIO
Melhor Filme: Dominique, de Tatiana Issa e Guto Barra (PA)
Menção Honrosa: Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva (PE)
MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL FLUMINENSE
Melhor Filme: MC Jess, de Carla Villa-Lobos
Menção Honrosa: Educação Travesty, de Anarca Filmes (RJ)
PRÊMIO HÍBRIDA DE CRÍTICA
Melhor Filme: Copacabana Madureira, de Leonardo Martinelli (RJ)
Menção Honrosa: Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda (PE)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: O que Pode um Corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
VOTO POPULAR: Papinha de Goiaba, de Tiago Fonseca (RJ)
Foto: Barbara Hostin.