CINEVITOR #359: O CINEMA BRASILEIRO EM CARTAZ | Edição Especial

por: Cinevitor

brasilcartazcinevitorMuitos filmes, muitas histórias: cinema brasileiro.

Na terça-feira, 03/12, fomos surpreendidos com a notícia de que a Ancine, Agência Nacional do Cinema, retirou das paredes de sua sede, no Rio de Janeiro, todos os cartazes de filmes brasileiros que estavam lá desde 2002 e faziam parte da decoração dos prédios. Também foi informado que uma TV que ficava na recepção e exibia trailers de produções nacionais foi desligada e todos os dados, como ficha técnica e pôster dos filmes, foram retirados do site da Ancine.

Não é de hoje que a cultura brasileira é atacada, porém, neste ano, diversos acontecimentos têm prejudicado ainda mais o andamento de projetos, editais, festivais e outras atividades ligadas ao audiovisual.

Entre corredores e paredes vazias e tantos outros absurdos, mais uma lamentável notícia envolvendo o cinema nacional circulou nesta semana: A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional, seria exibido como parte do processo de capacitação dos servidores da Ancine, atividade que acontece mensalmente na qual funcionários assistem e debatem um longa. Porém, o evento foi cancelado com a desculpa de que o projetor estava quebrado, fato esse que foi negado pelo responsável pela manutenção.

Em um ano tão positivo para o cinema brasileiro, com longas e curtas prestigiados por aqui e ao redor do mundo, é inadmissível compactuar com ideais tão retrógradas, que remetem à censura e a um descaso com diversos profissionais que se dedicam à arte.

Vale lembrar que o setor audiovisual brasileiro injeta mais de 25 bilhões de reais por ano na economia, maior que o turismo, por exemplo. Gera mais de 300 mil empregos e exporta talento, criatividade e trabalho. Além disso, nos últimos anos, nosso cinema tem ganhado muito destaque nos festivais mais importantes ao redor do mundo. Nossas histórias (todos os tipos de histórias, que devem e podem ser contadas) e nossa cultura são retratadas nas telonas em diversos gêneros, em grandes, pequenas e independentes produções.

Nossa identidade ganha vida nas telonas, nos orgulha e movimenta a economia há anos. Isso causa um impacto social, cultural e econômico necessário e importante. O audiovisual brasileiro é uma indústria vibrante e criativa. Emociona, diverte, reflete, encanta e gera valor para o país. Cinema é arte. Cinema é cultura.

Mesmo em tempos tão sombrios, nossa história não será apagada, nossa cultura continuará retratada nas telonas e exportada para todos os cantos. Por isso, para celebrar a arte e a liberdade de expressão, fizemos um programa especial, direto da 14ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, e perguntamos para alguns convidados: qual pôster de um filme brasileiro marcou sua vida?

Participaram da nossa enquete: a atriz Débora Nascimento; o escritor Fernando Morais; a cineasta Maria Augusta Nunes; os produtores Marcos Tellechea e Paula Linhares; as atrizes Zezita Matos e Suzy Lopes; o cineasta Kennel Rógis; os atores Flavio Bauraqui e Bukassa Kabengele; o documentarista Vladimir Carvalho; e a ativista Indianare Siqueira.

Aperte o play e confira:

*O CINEVITOR esteve em João Pessoa e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

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