Cine Terreiro 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

inabitavelcineterreiro2021Cena do curta capixaba Inabitáveis, de Anderson Bardot.

O Cine Terreiro é um festival que procura enaltecer e prestigiar o patrimônio imaterial de matriz afro-brasileira e indígena, utilizando a exibição de filmes relacionados a essas temáticas como motor para enriquecer o respeito e pertencimento a essas culturas.

A edição deste ano, a primeira como festival, já que antes era realizada como mostra itinerante em terreiros, acontecerá entre os dias 9 e 18 de abril em formato on-line por conta da pandemia de Covid-19, através da plataforma de streaming do evento. Os filmes do Cine Terreiro enfatizam a ligação humana com o Sagrado.

Nesta edição, 117 filmes foram inscritos de 26 cidades do Nordeste, 12 cidades do Sudeste, 4 cidades do Centro-Oeste, 4 cidades do Norte e 4 cidades do Sul. “Os filmes abordados no Cine Terreiro trazem linguagens artísticas que possuem alguma relação em seu enredo com a espiritualidade exercida em terreiros de herança afro-indígena no Brasil, tratando do respeito e pertencimento às culturas que envolvem mito, religiosidade e cultura de terreiros”, explica Rodrigo Sena, idealizador do festival.

A seleção conta com três mostras, sendo duas competitivas e uma paralela. A Mostra Mar é a mostra competitiva principal do festival, reunindo filmes finalizados a partir de 2018. Aqui, os oito curtas-metragens concorrem ao Prêmio Cine Terreiro (Prêmio Oña), no valor de 2 mil reais. Já a Mostra Grão é direcionada a realizadores iniciantes, acolhendo diretores que estejam realizando seu primeiro curta ou diretores que estejam vinculados a alguma instituição de ensino; os filmes concorrem ao mesmo prêmio, só que no valor de mil reais.

Além dos prêmios para os vencedores, o festival distribuirá um cachê de R$ 200,00 para cada filme selecionado. O Cine Terreiro também conta com a mostra paralela Mata com longas-metragens convidados pela curadoria e produção do festival.

A programação apresenta também atividades paralelas de formação, como a Oficina Ebó Ejé, Uma introdução ao Cinema Brasileiro em sua relação com as religiões de matriz africana, com Ewerton Belico; e a oficina Cinemando, Teoria e Prática, com Kennel Rógis. A proposta é impulsionar o olhar crítico das pessoas para leitura do audiovisual, como também incentivar o surgimento de novos realizadores. Além das oficinas, o festival promoverá duas lives de bate-papos com os realizadores e realizadoras das mostras competitivas.

Para esta edição, Tiganá Santana, compositor, cantor, instrumentista, poeta, produtor musical, diretor artístico, curador, pesquisador, professor e tradutor, natural de Salvador, será homenageado; os terreiros de matriz afro-indígena, mapeados na base territorial da Região Metropolitana de Natal, também serão homenageados.

O evento lançará um documentário chamado Terreiro de Cinema, dirigido por Rodrigo Sena, que apresenta um registro audiovisual realizado entre dez casas espirituais (umbanda, candomblé, jurema e xamanismo) da grande Natal, revelando a situação como cada casa tem se adaptado e resistido ao período de pandemia.

Conheça os filmes selecionados para o Cine Terreiro 2021:

MOSTRA MAR

5 Fitas, de Heraldo de Deus e Vilma Martins (BA)
Adarrum, de Thomas de Freitas (PB)
Egum, de Yuri Costa (RJ)
Inabitáveis, de Anderson Bardot (ES)
Joãosinho da Goméa, O Rei do Candomblé, de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra (RJ)
Mãtãnãg, A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (MG)
O Jardim Fantástico, de Fábio Baldo e Tico Dias (SP)
Romana, de Helen Lopes (TO)

MOSTRA GRÃO

Afro Amazônicos e Seus Símbolos, de Tainah Jorge (PA)
Espírito que Caminha, de Gabriela Barreto Daldegan (AC)
Folhas Miúdas: Infância em Terreiros, de Stela Guedes Caputo (RJ)
Laroyê, de Rennan Peixe (PE)
Mestre Pai Iguaracy e a Jurema Sagrada, de Lucas Marinho (PE)
Nigiro: Meu Nome, Minha Ancestralidade, de Assaggi Piá (BA)
O Atabaque na Minha Vida, de Jéssica Martins (SP)
Princesa do Meu Lugar, de Pablo Monteiro (MA)

MOSTRA PARALELA MATA

As Cores do Divino, de Victor Costa Lopes (CE)
Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Salles (AL)
Encontro com Iemanjá para Além dos Olhos, de Bruno Vasconcelos (MG)
Memórias Afro-Atlânticas, de Gabriela Barreto (BA)
O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), de Bertrand Lira (PB)

*O Cine Terreiro é realizado pela produtora Ori Audiovisual e ABOCA Audiovisual, com patrocínio da OÑA, Lei Aldir Blanc, Fundação José Augusto, Governo do RN, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, e apoio da Camará Filmes.

Foto: Divulgação.

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