Cine PE 2021: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Luis Miranda em Lima Barreto, ao terceiro dia, de Luiz Antônio Pilar.

Depois de uma edição sem público por conta da pandemia de Covid-19, o CINE PE volta com sua programação 100% presencial em 2021. Entre os dias 23 e 26 de novembro, o Festival do Audiovisual aporta em local inédito: o centenário Teatro do Parque, no Recife, primeiro teatro equipado para receber filmes sonoros no Nordeste, inaugurado recentemente após dez anos de reforma.

Além do novo local, outra novidade é o horário do festival, com exibições em dois momentos. A partir das 14h ocupam a telona os competidores das mostras de curtas-metragens; às 19h será a vez dos longas-metragens.

Mesmo em um ano tão difícil, especialmente para o setor audiovisual, 678 realizadores inscreveram suas produções para as mostras competitivas do Cine PE 2021. O estado que mais enviou títulos foi São Paulo, com 184 filmes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 138, e de Pernambuco, com 73. Deste montante, seis longas de ficção e documentário estarão juntos na Mostra Competitiva, nove títulos na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos e vinte e três na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais.

Mais uma vez a missão de selecionar os indicados para as mostras competitivas do Cine PE foi dos curadores Edu Fernandes, crítico e programador do circuito Cine Materna, e Nayara Reynaud, crítica de cinema, repórter, criadora e editora-chefe do site cultural Nervos. O público que for ao Teatro do Parque vai poder conferir filmes com temáticas variadas. Cinema de gênero, transformações urbanas, ancestralidade, herança cultural e racismo permeiam a seleção.

“Quando cheguei para trabalhar na curadoria do Cine PE junto com o Edu, ele já tinha um norte muito bem estabelecido sobre a diversidade regional que o festival sempre procura trazer. E, a partir disso, a cada edição, tentamos fazer o mesmo em relação aos formatos, gêneros, temáticas, etc. Espero que o público possa conferir como está este panorama da produção cinematográfica pelo país, apesar de todas as dificuldades”, conta Nayara.

O Júri Oficial das mostras competitivas será constituído por cineastas, críticos, pesquisadores e artistas com comprovada experiência, que serão responsáveis por indicar os vencedores do Troféu Calunga em diversas categorias. Além disso, o público irá selecionar os premiados pelo Júri Popular, por meio do aplicativo oficial do festival, e os críticos da Abraccine também escolherão os melhores filmes nas categorias competitivas das mostras de curtas nacionais e longas-metragens, através do Júri da Crítica.

O acesso ao festival será gratuito, tanto para a exibição de curtas quanto para os longas-metragens. Seguindo protocolos de higienização e sanitização, a capacidade do Teatro do Parque será reduzida a 500 espectadores. Além disso, só será permitida a entrada do público de máscara e mediante apresentação de cartão de vacinação contra Covid-19.

A expectativa da diretora do festival, Sandra Bertini, para o reencontro com o público é a melhor possível: “Aguardamos esse encontro com muita alegria e ansiedade. Realizamos um festival de forma virtual e esse reencontro é importante para sentirmos novamente toda a emoção e a efervescência da plateia aplaudindo e ovacionando as exibições”, comemora a diretora. Para Sandra, a essência do festival é o encontro do filme, dos realizadores e atores com o público.

Nesta edição as coletivas/debates sobre os filmes também voltam a acontecer de forma presencial, no Hotel Nóbile Executive, em Boa Viagem, que será o QG do festival. Aberto ao público e imprensa, será sempre nas manhãs seguintes às exibições dos filmes. O hotel também vai receber os convidados e a imprensa especializada de todo o Brasil. Os tradicionais cursos/oficinas e seminários/workshops realizados pelo Cine PE para a formação de jovens talentos do audiovisual ficarão para um segundo momento, entre dezembro de 2021 e março de 2022, com programação que será divulgada posteriormente.

Os alunos das escolas públicas municipais e estaduais terão duas sessões especiais dentro da programação do Cine PE. A Mostra Infantil, fora de competição, está programada para o mês de março de 2022 no mesmo Teatro do Parque. Serão exibidos os filmes Turma da Mônica – Laços, de Daniel Rezende, e A Pequena Travessa, de Joachim Masannek.

O longa pernambucano de ficção Recife Assombrado, de Adriano Portela, será exibido na tarde de 26 de novembro, às 14 horas, na mostra especial que marca a conclusão das oficinas ministradas pelo festival para professores e multiplicadores da rede pública de ensino de Pernambuco, entre os meses de maio e agosto de 2021. A trama conta a história de Hermano, vivido por Daniel Rocha, que retorna ao Recife após 20 anos para investigar o desaparecimento do seu irmão. Durante essa busca, ele se depara com assombrações famosas do imaginário recifense durante a noite. O acesso também será gratuito e aberto ao público mediante lotação. 

O Troféu Calunga, uma criação da artista plástica Juliana Notari, é oferecido aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. Os homenageados do Cine PE são contemplados com a Calunga de Ouro e os filmes vencedores, com a Calunga de Prata.

Além da premiação oficial, o Canal Brasil oferece o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que conta com um júri composto por jornalistas e críticos de cinema e escolhe o melhor filme de curta-metragem em competição, que, além de ser exibido na grade de programação, recebe o Troféu Canal Brasil e 15 mil reais.

Conheça os filmes selecionados para o Cine PE – Festival do Audiovisual 2021:

MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS-METRAGENS

Ainda Estou Vivo, de André Bomfim (SP)
Deserto Particular, de Aly Muritiba (PR)
Lima Barreto, ao terceiro dia, de Luiz Antônio Pilar (RJ)
Muribeca, de Alcione Ferreira e Camilo Soares (PE)
Os Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel (MG)
Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna (BA)

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS NACIONAIS

À Beira do Gatilho, de Lucas Martins (AM)
A Conta-Gotas, de Renata Jesion (SP)
ALÊ – Resistir pela Existência, de Vincent Gielen (GO)
Algoritmo, de Thiago Foresti (DF)
Angustura, de Caio Sales (PE)
As Novas Aventuras do Kaiser, de Marcos Magalhães (RJ)
Áurea, de Hewelin Fernandes (BA)
Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio, de Radhi Meron (SP)
Bloco do Isolamento, de Daniel Barros (PE)
Coleção Preciosa, de Rayssa Coelho e Filipe Gama (BA)
Corpo Mudo, de Marcela Schild (RS)
Debaixo do guarda-chuva pra ser resistência, de Vini Poffo (SP)
Janelas Daqui, de Luciano Vidigal e Arthur Sherman (RJ)
Nada de bom acontece depois dos 30, de Lucas Vasconcelos (RJ)
O Resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (MG)
Pausa para o Café, de Tamiris Tertuliano (PR)
Pega-se Facção, de Thaís Braga (PE)
Prazer da Solidão, de Francielli Noya e Wolmyr Alcantara (ES)
Retina, de Victor Rosalino (PA)
Sonho de Verão, de Luan Dias (RJ)
Time de Dois, de André Santos (RN)
Utopia, de Rayane Penha (AP)
Vizinhança, de Lucas Carvalho (ES)

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS

Cannabis Medicinal no Brasil: A Guerra pelo Acesso, de Rhute Tertuliano
Dona Dóra. A Mística do Boi, de Adalberto Oliveira
Entremarés, de Anna Andrade
Inocentes, de Pedro Ferreira
O Caminho das Águas, de Antonio Fargoni e Karla Ferreira
Pedra do Caboclo, de Heleno Florentino
Playlist, de Pedro Melo
Portas, de Báw Pernambuco
Terceiro Andar, de Deuilton B. Júnior

Foto: Divulgação.

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