Cannes Classics 2020: documentário brasileiro com Glauber Rocha é selecionado

por: Cinevitor

glaubercannesclassicsO cineasta baiano Glauber Rocha é destaque no documentário Antena da Raça.

Desde o início dos anos 2000, o Festival de Cannes criou a mostra Cannes Classics, uma seleção que permite exibir o trabalho de valorização do cinema patrimonial realizado por produtoras, proprietários de direitos, cinematecas e arquivos nacionais de todo o mundo. Atualmente, faz parte da Seleção Oficial do evento e apresenta obras-primas e raridades do cinema em cópias restauradas.

Neste ano, em sua 17ª edição, a mostra será realizada de forma diferente, já que o Festival de Cannes, marcado para maio, não aconteceu presencialmente por conta da pandemia de Covid-19. Sendo assim, o Cannes Classics 2020 será realizado pelo Festival Lumière, em Lyon, entre os dias 10 e 18 de outubro; e pelo Rencontres Cinématographiques de Cannes, entre os dias 23 e 26 de novembro.

Além do Programa 2020, com Amor à Flor da Pele, de Wong Kar-Wai, e A Rua da Esperança, de Joan Micklin Silver, a programação também apresentará uma homenagem à The Film Foundation, organização sem fins lucrativos, fundada pelo cineasta Martin Scorsese e outros diretores, dedicada à preservação e exibição de filmes restaurados e clássicos.

Na seção Documentários 2020, com produções inéditas, vale destacar a presença do brasileiro Antena da Raça, de Paloma Rocha e Luís Abramo. O longa relembra o programa televisivo Abertura, exibido na TV Tupi, entre 1979 e 1980, e apresentado pelo cineasta Glauber Rocha. Na época em que o país enfrentava um processo de redemocratização, Glauber levantava temas polêmicos e políticos. O documentário, inspirado no programa, apresenta um diálogo entre o Brasil de ontem com o Brasil de hoje. Paloma Rocha, filha do cineasta, ao lado de Luís Abramo, utiliza da linguagem abordada pelo pai para provocar uma reflexão sobre sociedade, democracia e meios de comunicação. O longa traz depoimentos de personagens de rua e também de pessoas que conviveram com o cineasta.

Conheça os filmes selecionados para o Cannes Classics 2020:

PROGRAMA 2020

Amor à Flor da Pele (Fa yeung nin wah), de Wong Kar-Wai (Hong Kong/China, 2000)
Friendship’s Death, de Peter Wollen (Reino Unido, 1987)
La permission (The Story of a Three-Day Pass), de Melvin Van Peebles (França, 1968)
Iyulskiy dozhd (July Rain/Pluie de juillet), de Marlen Khutsiev (União Soviética, 1967)
Quand les femmes ont pris la colère, de Soazig Chappedelaine e René Vautier (França, 1978)
Preparem seus Lenços (Préparez vos mouchoirs), de Bertrand Blier (França/Bélgica, 1978)
A Rua da Esperança (Hester Street), de Joan Micklin Silver (EUA, 1975)
Quem Está Cantando Aí? (Ko to tamo peva), de Slobodan Sijan (Iugoslávia, 1980)
Prae dum, de Ratana Pestonji e Ratanavadi Ratanabhand (Tailândia, 1961)
Zhu Fu, de Hu Sang (China, 1956)
Feldobott kö, de Sándor Sára (Hungria, 1969)
Neige, de Juliet Berto e Jean-Henri Roger (França/Bélgica, 1981)
Bambaru Avith, de Darmasena Pathiraja (Sri Lanka, 1977)
Bayan ko: Kapit sa patalim, de Lino Brocka (Filipinas/França, 1984)
La poupée, de Jacques Baratier (França/Itália, 1962)
O Sanatório da Clepsidra (Sanatorium pod klepsydra), de Wojciech J. Has (Polônia, 1973)
L’Amérique insolite, de François Reichenbach (França, 1960)
Deveti krug, de France Stiglic (Iugoslávia/Croácia, 1960)
Muhammad Ali the Greatest, de William Klein (França, 1974)

MARTIN SCORSESE’S THE FILM FOUNDATION | 30 ANOS

Accattone: Desajuste Social, de Pier Paolo Pasolini (Itália, 1961)
Shatranje bad (The Game Chess of the Wind), de Mohammad Reza Aslani (Irã, 1976)

FEDERICO 100!

A Estrada da Vida (La strada), de Federico Fellini (Itália, 1954)
Mulheres e Luzes (Luci del varietà), de Federico Fellini e Alberto Lattuada (Itália, 1950)
Fellini degli Spiriti (Fellini of the Spirits), de Anselma dell’Olio (Itália/Bélgica, 2020)

60 ANOS

Acossado (À bout de souffle), de Jean-Luc Godard (França, 1960)
A Aventura (L’avventura), de Michelangelo Antonioni (Itália/França, 1960)

DOCUMENTÁRIOS 2020

Wim Wenders, Desperado, de Eric Friedler e Andreas Frege (Alemanha)
Alida Valli: In Her Own Words (Alida), de Mimmo Verdesca (Itália)
Charlie Chaplin, le génie de la liberté (Charlie Chaplin, The Genius of Liberty), de François Aymé e Yves Jeuland (França)
Be Water, de Bao Nguyen (EUA)
BELUSHI, de R.J. Cutler (EUA)
Antena da Raça, de Paloma Rocha e Luís Abramo (Brasil)

Foto: Divulgação/Revista TV.

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