Camilo Cavalcante apresenta A História da Eternidade na Mostra de Cinema de São Paulo

por: Cinevitor

ahistoriaeternidademspExcelente atuação: Irandhir Santos em cena do filme. 

Na noite de sexta-feira, 24/10, aconteceu a primeira exibição do filme A História da Eternidade, na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O longa se passa no sertão de Pernambuco e mostra três histórias de amor e desejo. Dirigido por Camilo Cavalcante, o filme recebeu vários prêmios no Paulínia Film Festival deste ano.

Antes da exibição, o diretor falou com o público: “Passar o filme aqui na Mostra é uma honra. A História da Eternidade é uma fábula poética, delicada, metafórica, sobre o amor, sobre desejo, sobre sonho. Está representado através da história de três mulheres em um pequeno vilarejo no sertão de Pernambuco, um lugar que tem referenciais próprios em relação ao tempo e espaço. Esse sertão que a gente trata, na verdade, é uma metáfora da alma humana. É um sertão que representa essa pureza de relações ou essa forma honesta de se relacionar com o mundo, com a vida, com o outro”. Ele também recitou o poema A Educação Pela Pedra, de João Cabral de Melo Neto, que, segundo o diretor, “serviu de inspiração para a construção desse trabalho”.

O ator Maxwell Nascimento, que interpreta o jovem Geraldo, falou com o CINEVITOR sobre a sensação de ter o filme sendo exibido na Mostra: “É uma expectativa muito grande para ver como as pessoas vão reagir com um filme do sertão, um filme forte e bem profundo”.

equipeheternidadeEquipe: o diretor Camilo Cavalcante, os atores Claudio Jaborandy e Maxwell Nascimento, e a montadora Vânia Debs.

Ao final da sessão, o diretor Camilo Cavalcante participou de um debate com o público que estava presente e falou um pouco sobre o filme: “É o meu primeiro longa e demorou muito tempo para sair do papel. Levou de dez a doze anos, entre escrever o argumento e realmente conseguir levantar dinheiro pra filmar”. Camilo também elogiou muito o elenco: “Tivemos atores maravilhosos. A interpretação da Zezita Matos, por exemplo, traz algo mais mágico ainda do que estava proposto”.

Questionado sobre a fotografia do filme, o cineasta falou sobre o trabalho com o fotógrafo Beto Martins: “Eu e o Beto estudamos bastante a pintura de Caravaggio [pintor italiano representante do estilo barroco]. Queríamos mostrar um sertão da perspectiva de quem está dentro dele. Não foi usada muita luz. O que é escuro, fica escuro. Foi mais uma questão de enquadramento e olhar. É um filme muito elíptico, onde as explosões dramáticas acontecem em elipses”, finalizou.

A História da Eternidade terá mais duas sessões na Mostra. Para saber os horários, as datas e os locais das exibições, clique aqui.

Fotos: Divulgação e Vitor Búrigo.
Texto: Vitor Búrigo. 

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