Califórnia, de Marina Person, é exibido na 39ª Mostra de Cinema de São Paulo

por: Cinevitor

californiamostraAdolescentes: Caio Horowicz e Clara Gallo em cena do filme.

Na noite de domingo, 25/10, a cineasta Marina Person apresentou seu novo filme, Califórnia, pela primeira vez em São Paulo, na Mostra de Cinema. O longa, que estreia no dia 3 de dezembro, resgata experiências vividas pela geração dos anos 1980 e conta a história de Estela, interpretada por Clara Gallo, uma garota de 17 anos, que vive a conturbada passagem pela adolescência. O sexo, os amores, as amizades; tudo parece muito complicado. Seu tio Carlos, papel de Caio Blat, é seu maior herói, e a viagem à Califórnia para visitá-lo, seu grande sonho. Mas tudo desaba quando ele volta magro, fraco e doente. Entre crises e descobertas, Estela irá encarar uma realidade que mudará, definitivamente, sua forma de ver o mundo.

Caio Horowicz, premiado como melhor ator coadjuvante no Festival do Rio deste ano por Califórnia, Giovanni Gallo, Lívia Gijón, Letícia Fagnani, Paulo Miklos, Virginia Cavendish e Gilda Nomacce também integram o elenco do filme.

Após a exibição do longa, a diretora e alguns integrantes do elenco participaram de um debate com o público: “Essa noite é muito especial porque é a primeira vez que o filme está passando em São Paulo, a minha cidade, a cidade do filme. Também muito especial por estar aqui na Mostra Internacional de Cinema, que é a minha escola. Eu fiz faculdade de Cinema, mas aprendi tanta coisa na Mostra! Graças à Mostra eu pude ter contato com tantos filmes e tantas cinematografias distantes. É muito especial estar nesse evento que me formou como cineasta”, disse Marina.

marinamostraMarina Person fala sobre seu filme no debate após a exibição.

Questionada sobre como surgiu a ideia para realizar o filme, Marina falou: “Eu queria muito contar como foi ser adolescente nos anos 1980 em São Paulo. Essa foi a primeira fonte de inspiração. Queria muito falar de como era ser adolescente em um Brasil que estava se abrindo politicamente depois de vinte anos de ditadura. Eu queria falar de como foi ter as primeiras experiências sexuais exatamente junto com a descoberta da AIDS. E também como era legal ser jovem em um Brasil que tinha tantas bandas maravilhosas de rock aparecendo, florescendo”.

A diretora também falou de como as músicas ajudaram a trazer o clima dos anos 1980 para o filme, já que a trilha sonora de Califórnia é toda composta por artistas e bandas da época, tanto nacionais quanto estrangeiras, como The Cure, David Bowie, New Order e as brasileiras Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Metrô e Kid Abelha: “Como a gente não tinha muito dinheiro para fechar uma rua e fazer uma reconstituição de época, a música ajudou muito. Pegamos músicas que levam as pessoas que viveram nos anos 1980 de volta àquela época”.

claramarinamostraClara Gallo e Marina Person: atriz e diretora durante o debate.

Marina também comentou sobre o que a Califórnia representava para ela nos anos 1980: “É mais ou menos o que está no filme. Um lugar idílico, uma espécie de utopia em que as coisas funcionam, que as pessoas surfam, têm uma vida saudável, tem sol e escutam The Beach Boys (risos). É um lugar um pouco inalcançável. Eu só fui para a Califórnia mesmo a trabalho, muitos anos depois. Mas a Califórnia tinha um pouco essa coisa desse sonho, de liberdade”.

Aperte o play e confira outros momentos do debate, em que a diretora e o elenco contam algumas histórias de bastidores:

Califórnia terá mais duas sessões na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para saber os horários, as datas e os locais das exibições, clique aqui.

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Fotos: Divulgação e Claudio Pedroso/Agência Foto.

Texto e vídeo: Vitor Búrigo.

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