A Bela e a Fera

por: Cinevitor

belaferaposternovoBeauty and the Beast

Diretor: Bill Condon

Elenco: Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Josh Gad, Kevin Kline, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Audra McDonald, Stanley Tucci, Gugu Mbatha-Raw, Hattie Morahan, Haydn Gwynne, Gerard Horan, Ray Fearon, Nathan Mack, Clive Rowe, Thomas Padden, Gizmo, Rita Davies, D.J. Bailey, Adrian Schiller, Harriet Jones, Rudi Goodman, Henry Garrett, Michael Jibson, Zoe Rainey, Daisy Duczmal, Jolyon Coy, Jimmy Johnston, Dean Street, Alexis Loizon, Sophie Reid, Rafaëlle Cohen, Carla Nella, Lynne Wilmot, Jane Fowler, Dale Branston, Daniel Ioannou.

Ano: 2017

Sinopse: Bela é uma jovem linda, brilhante e independente que é aprisionada pela Fera em seu castelo. Apesar de seus medos, ela se torna amiga dos serviçais encantados e aprende a enxergar além do exterior horrendo da Fera e percebe o coração gentil do verdadeiro príncipe que existe em seu interior.

Crítica do CINEVITOR: Em 1991, a Disney levou para as telonas a belíssima e emocionante animação A Bela e a Fera, que fez sucesso nas bilheterias e se tornou o primeiro longa deste gênero a concorrer na categoria de melhor filme no Oscar. Não ganhou o prêmio principal da Academia, mas levou outras duas estatuetas douradas: melhor trilha sonora original e melhor canção original para Beauty and the Beast, de Alan Menken e Howard Ashman. Agora, 26 anos depois do lançamento do clássico, o estúdio revive a história, que marcou muitas pessoas, em uma versão live-action com atores e cenários reais. Dirigido por Bill Condon, de A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 e 2, Kinsey – Vamos Falar de Sexo, Sr. Sherlock Holmes e Dreamgirls: Em Busca de um Sonho, o filme se mantém fiel ao original, mas também apresenta novidades no roteiro. Ainda que a essência da animação esteja presente na telona frequentemente, falta emoção neste remake. Sem esse ingrediente importante, que Condon não conseguiu resgatar, o longa derrapa em alguns quesitos e passa longe de ser considerado algo brilhante. Se na versão de 1991 os personagens não economizavam em carisma, como o simpático candelabro Lumière e o ranzinza Horloge, um relógio de pêndulo, aqui eles aparecem bem menos cativantes e dublados por Ewan McGregor e Ian McKellen. Porém, quem rouba a cena é a dupla Gaston e LeFou, interpretados por Luke Evans e Josh Gad. A química entre eles enriquece as cenas e os momentos musicais estrelados pelos dois são os mais divertidos do filme. Emma Watson, que ficou conhecida por viver a estudiosa Hermione Granger na franquia Harry Potter, aceitou a missão de interpretar a protagonista da história e a fez com competência. Seus traços delicados e sua voz suave combinam com a personagem e os figurinos lhe caem como uma luva. Porém, suas atitudes não se destacam como mereciam, até pela infeliz falta de espaço para isso no roteiro, e assim, a Disney perde a oportunidade de trazer uma Bela mais forte e empoderada, talvez mais parecida com a personalidade da atriz que a interpreta. Ficaria mais interessante. Outro deslize do estúdio (quase que inadmissível) são os efeitos visuais. E não estamos falando dos personagens animados, muito bem desenvolvidos por sinal, mas, sim, de cenas que, nitidamente, apelam em computação gráfica e apresentam ambientes escancaradamente falsos que destoam do elogiável design de produção. Mogli – O Menino Lobo, por exemplo, lançado em abril do ano passado pela Disney, também em live-action, apresenta efeitos impecáveis e poderia ter sido usado como referência. Mas, não chegaram nem perto. Mesmo com alguns escorregões, A Bela e a Fera ainda consegue dialogar com seu público fiel trazendo à tona o sentimento de nostalgia, mas a constante preocupação em apresentar fidelidade ao clássico é o que derruba o filme. Nem a cena mais famosa (e tão esperada), quando os protagonistas dançam pelo salão em trajes de gala ao som da belíssima Beauty and the Beast, consegue causar arrepios. Bill Condon poderia ter arriscado mais para apresentar algo novo que realmente fizesse diferença e causasse um impacto emotivo. A Bela e a Fera não chega a ser uma catástrofe e apesar de perder a chance de se reinventar em algumas situações, tem, sim, momentos marcantes e memoráveis, como a interessante proposta em apresentar, ainda que suavemente, porém honestamente, o notório e até hilário desejo do personagem LeFou por seu fiel escudeiro Gaston. Ao tratar de assuntos tão atuais e necessários, como a diversidade sexual, mesmo que numa história de época, a Disney ganha pontos por incluir tal discussão em sua narrativa sem parecer forçada ou caricata. Mesmo sendo um filme que poderia entregar mais emoção, aproveitar melhor seu elenco talentoso e ousar na direção, este novo A Bela e a Fera consegue passar sua mensagem, que vem desde 1991. Mas, já dizia a música: sentimentos são fáceis de mudar. E do clássico para o novo, mudaram. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-3,5-estrelas

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