A Família

por: Cinevitor

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Direção: Gustavo Rondón Córdova

Elenco: Giovanni García, Reggie Reyes.

Ano: 2017

Sinopse: Dentro do atual contexto de violência que vive a Venezuela, pai e filho vivem na periferia de Caracas, rodeados pela crueza dessa realidade. O pai opera para proteger o filho, enquanto este parece muito mais destemido que o pai frente a violência do local, embrutecido pelo ambiente, e inconsequente aos olhos do pai. Paira uma tensão, disparada quando por acidente o filho mata um outro garoto. Logo, surge um instinto de sobrevivência dentro dessa sociedade embrutecida.

Crítica do CINEVITOR: Exibido em maio deste ano na Semana da Crítica, mostra paralela ao Festival de Cannes, o venezuelano A Família começa sua carreira com um merecido prestígio. Dirigido por Gustavo Rondón Córdova, em seu primeiro longa-metragem, a história se passa em meio ao caos assombroso em que se situa a Venezuela neste momento. Na periferia de Caracas, capital do país, pai e filho são surpreendidos por uma tragédia e precisam fugir para evitar que o pior aconteça com eles. Essa fuga, por mais tensa que pareça, acaba sendo o fio condutor dessa relação até então distante. Nesse momento de desespero, na luta por sobrevivência, eles vão se conhecendo aos poucos e estreitando seus laços. A transição do afeto ríspido para um sentimento carinhoso entre os protagonistas é conduzida por Córdova, que também assina o roteiro, de maneira quase que imperceptível, até que se revela o ponto alto da narrativa. Giovanni García e Reggie Reyes entregam atuações primorosas e a conexão entre eles se fortalece ao longo dos acontecimentos. Seus personagens se revelam através de gestos e de olhares profundos que ora transmitem medo, ainda que por fora tentem passar uma imagem bruta e valente, ora afeição. A Família mostra as consequências de viver em uma sociedade desordenada sem um pingo de esperança, na qual injustiça e perigo caminham juntos, mas também se mostra um filme forte e verdadeiro que, em meio ao tumulto e ao desespero de seus protagonistas, consegue entregar uma história sobre afeto, descobertas emocionais e sentimentos em ebulição. Seja na alegria ou na tristeza. (Vitor Búrigo)

*Filme assistido no 6º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

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