A Chegada

por: Cinevitor

achegadaposterArrival

Diretor: Denis Villeneuve

Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Sangita Patel, Tzi Ma, Mark O’Brien, Abigail Pniowsky, Ruth Chiang, Jadyn Malone, Nathaly Thibault, Anana Rydvald, Julia Scarlett Dan, Leisa Reid, Russell Yuen, Larry Day, Frank Fiola, Pat Kiely, Philippe Hartmann, Joe Cobden, Andrew Shaver, Julian Casey, Carmela Nossa Guizzo, Max Walker, Frank Schorpion, Mustafa Haidari, Genevieve Sirois, Karen Belfo, Laurean Adrian Parau.

Ano: 2016

Sinopse: Quando misteriosas naves espaciais aterrissam em todo o mundo, uma equipe de elite, liderada pela linguista Louise Banks, é reunida para investigar. Enquanto a humanidade hesita à beira de uma guerra mundial, Banks e sua equipe correm contra o tempo em busca de respostas, e para encontrá-las, ela terá de se arriscar colocando em perigo a própria vida e, muito possivelmente, a do resto da humanidade. Inspirado no conto História da Sua Vida, de Ted Chiang.

Crítica do CINEVITOR: Sabemos bem que Denis Villeneuve não brinca em serviço. Seus filmes anteriores comprovam isso, porém, com A Chegada, seu mais novo trabalho, ele vai além de mostrar competência na direção. Tudo começa quando naves espaciais aterrissam na Terra, espalhadas em diversos cantos do mundo, e causam desespero na população. Seria mais um filme sobre alienígenas, invasões, catástrofes e abduções? Quase isso. Mas o diretor muda o percurso de sua ficção científica ao acrescentar enigmas e reflexões sobre a humanidade de uma forma real e profunda. Amy Adams interpreta a linguista Louise Banks que é escalada pelo governo americano para fazer parte de uma equipe de elite que busca respostas sobre os estranhos visitantes. Sua função é conseguir fazer contato com os alienígenas para descobrir qual a verdadeira intenção deles por aqui. A atriz brilha mais uma vez nas telonas ao mostrar em cena um elogiável trabalho de construção de personagem, que cresce ao longo da narrativa. Sua entrega emocional também se destaca quando sua vida pessoal se mistura com a profissional, fazendo-a entender o sentido de sua imersão nesse caos repleto de questionamentos. Em A Chegada também fala-se de amor, ainda que pincelado na narrativa, porém, com uma certa importância que justifica as surpreendentes reviravoltas do roteiro. Aliás, todos os enigmas desta história estão explicados ao longo dos 116 minutos. Basta prestar muita atenção. Você pode até sair da sala de cinema com dúvidas e pensando mil coisas sobre tudo (e isso vai acontecer), mas logo chegará à conclusão de que tudo faz sentido. Talvez seja esse o grande acerto de Villeneuve, entre tantos outros: criar um quebra-cabeça na mente do espectador para que ele reflita sobre cada hipótese confabulada. Essa mistura de ficção com realidade, na qual alienígenas aparecem não como vilões, mas sim como seres que surgem para dialogar com humanos sobre um universo caótico, torna este filme ainda mais reflexivo. É notório que os acontecimentos de A Chegada apresentam grandes semelhanças com o que anda acontecendo no mundo real. Fala-se de guerra, poder, interesses políticos, assuntos confidenciais e dúvidas sobre o futuro da humanidade. Os personagens do filme de Villeneuve buscam respostas por meio da comunicação entre terráqueos e extraterrestres, seja ela falada, em signos, em sons ou gestos. Aqui, o poder da linguagem desafia teorias científicas e abre discussões sobre dúvidas que sempre carregamos. Do que temos medo? Ou de quem temos que ter medo? Na ficção, a aproximação das naves misteriosas causa tumulto na população e traz a certeza de que existem muitas outras coisas além da Terra. Mas, quando os créditos sobem e voltamos ao mundo real, percebemos que não estamos tão longe daquela realidade retratada na telona. Não que exista vida alienígena em outras planetas, mas, se um dia tivermos que fazer contato com algum ser estranho, que estejamos preparados para saber se comunicar. O diálogo é sempre importante e A Chegada retrata isso muito bem. Villeneuve foi além da ficção científica com um filme tocante, profundo e arrebatador. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-4,5-estrelas

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