Festival de Veneza 2021: conheça os filmes selecionados; cinema brasileiro marca presença

por: Cinevitor
Rodrigo Santoro e Christian Malheiros em 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto.

A 78ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 1 e 11 de setembro, acaba de anunciar a lista completa com os filmes selecionados para este ano.

Na Competição Internacional, títulos de Jane Campion, Paolo Sorrentino, Lorenzo Vigas, Pedro Almodóvar, Pablo Larraín, Michel Franco, Paul Schrader, Maggie Gyllenhaal, Stéphane Brizé, entre outros, estão na disputa pelo Leão de Ouro, prêmio máximo do evento.

Neste ano, o cinema brasileiro está representado com três obras, entre elas, o curta-metragem Ato, dirigido por Bárbara Paz, na mostra Orizzonti. A cineasta, premiada no festival em 2019 com o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, exibirá seu novo filme fora de competição.

Com Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira no elenco, a trama se passa em um mundo suspenso e solitário, no qual Dante se encontra em um processo de travessia. Sua única companhia é Ava, uma profissional do afeto. Produzido pela Rubim Produções e BP Filmes, com assinatura de Tatyana Rubim e Bárbara Paz, o roteiro é de Cao Guimarães, a montagem de Renato Vallone e a fotografia de Azul Serra.

“Em um mundo onde a solidão foi a maior protagonista, com palcos vazios e o medo constante da morte, o afeto é o Ato, a fuga, o desejo fundamental da sobrevivência. É um honra tão grande voltar ao Festival de Veneza com meu primeiro filme de ficção. Um pequeno ato de silêncio e solidão”, disse a diretora. A produtora Tatyana Rubim completou: “Ato estar presente no Festival de Veneza representa, neste momento tão adverso mundialmente, a força da arte e da cultura e a capacidade do diálogo existente entre o teatro e o audiovisual”.

Alessandra Maestrini no curta Ato, de Bárbara Paz.

Outro destaque nacional na seleção é 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, diretor de Sócrates. Com Christian Malheiros e Rodrigo Santoro, o longa, original Netflix, faz parte da mostra Orizzonti Extra, criada este ano e que foca nas novas tendências do cinema mundial. Como uma extensão da já conhecida mostra Orizzonti, a nova seção irá propor uma seleção de filmes sem quaisquer restrições em termos de gênero, duração ou destino, desde que tenham pelo menos 60 minutos de duração; os filmes concorrem ao Prêmio do Público.

Na trama, o jovem Mateus sai do interior em busca de uma oportunidade de trabalho em um ferro velho de São Paulo comandado por Luca. Chegando lá, acaba se tornando vítima de um sistema de trabalho análogo à escravidão. Produzido por Ramin Bahrani, de O Tigre Branco, e o brasileiro Fernando Meirelles, de Cidade de Deus, o roteiro é assinado por Thayná Mantesso e pelo diretor Alexandre Moratto.

Além disso, o Brasil também aparece com Lavrynthos, de Fabito Rychter e Amir Admoni, na mostra Biennale College Cinema: Virtual Reality. Uma coprodução com o Peru, o curta em realidade virtual conta com Alice Braga e Louis Ozawa no elenco.

Em uma mostra paralela e independente do festival, anunciada anteriormente, a Semana Internacional da Crítica de Cinema de Veneza, organizada pelo SNCCI, Sindacato Nazionale Critici Cinematografici Italiani, apresenta sete filmes em competição, entre eles, o brasileiro A Salamandra, do cineasta pernambucano Alex Carvalho. O longa é baseado em um romance do médico e escritor francês Jean-Christophe Rufin, que foi adido cultural do Consulado Geral da França no Recife de 1989 a 1990. Uma coprodução entre Brasil, França e Alemanha, o longa foi rodado inteiramente no Recife e conta com Marina Foïs, Bruno Garcia, Anna Mouglalis, Maicon Rodrigues, Allan Souza Lima e Buda Lira no elenco. 

Nesta 78ª edição, o júri da Competição Internacional será presidido pelo premiado cineasta sul-coreano Bong Joon-Ho, de Parasita, e contará também com: Saverio Costanzo, diretor e roteirista italiano; Virginie Efira, atriz belga; Cynthia Erivo, cantora e atriz britânica; Sarah Gadon, atriz e produtora canadense; Alexander Nanau, cineasta romeno; e Chloé Zhao, premiada diretora de Nomadland.

Já na mostra Orizzonti, o júri será presidido pela cineasta Jasmila Žbanić, de Quo Vadis, Aida?, e contará também com: Mona Fastvold, diretora e roteirista norueguesa; Shahram Mokri, cineasta iraniano; Josh Siegel, curador de filmes do MoMA; e Nadia Terranova, escritora italiana.

O filme de abertura deste ano será o drama Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar, que está em competição. O cineasta, ator e roteirista italiano Roberto Benigni será homenageado com o Leão de Ouro honorário.

Conheça os filmes selecionados para o 78º Festival de Veneza:

VENEZIA 78 | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

America Latina, de Fabio D’Innocenzo e Damiano D’Innocenzo (Itália/França)
Competencia Oficial, de Gastón Duprat (Espanha/Argentina)
È stata la mano di Dio, de Paolo Sorrentino (Itália)
Freaks Out, de Gabriele Mainetti (Itália/Bélgica)
Il buco, de Michelangelo Frammartino (Itália/França/Alemanha)
Illusions perdues, de Xavier Giannoli (França)
Kapitan Volkonogov bezhal (Captain Volkonogov Escaped), de Natasha Merkulova (Rússia/Estônia/França)
L’événement, de Audrey Diwan (França)
La Caja, de Lorenzo Vigas (México/EUA)
Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar (Espanha)
Mona Lisa and the Blood Moon, de Ana Lily Amirpour (EUA)
On The Job: The Missing 8, de Erik Matti (Filipinas)
Qui rido io, de Mario Martone (Itália/Espanha)
Spencer, de Pablo Larraín (Alemanha/Reino Unido)
Sundown, de Michel Franco (México/França/Suécia)
The Card Counter, de Paul Schrader (EUA/Reino Unido/China)
The Lost Daughter, de Maggie Gyllenhaal (Grécia/EUA/Reino Unido/Israel)
The Power of the Dog, de Jane Campion (Nova Zelândia/Austrália)
Un autre monde, de Stéphane Brizé (França)
Vidblysk (Reflection), de Valentyn Vasyanovych (Ucrânia)
Żeby nie było śladów (Leave no traces), de Jan P. Matuszyński (Polônia/França/República Checa)

FORA DE COMPETIÇÃO | FICÇÃO

Ariaferma, de Leonardo Di Costanzo (Itália/Suíça)
Dune, de Denis Villeneuve (EUA/Hungria/Jordânia/Emirados Árabes Unidos/Norugea/Canadá)
Halloween Kills, de David Gordon Green (EUA)
Il bambino nascosto, de Roberto Andò (Itália/França)
La scuola cattolica, de Stefano Mordini (Itália)
Last Night in Soho, de Edgar Wright (Reino Unido)
Les choses humaines, de Yvan Attal (França)
Old Henry, de Potsy Ponciroli (EUA)
The Last Duel, de Ridley Scott (EUA/Reino Unido)

FORA DE COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO

DeAndré#DeAndré. Storia di un impiegato, de Roberta Lena (Itália)
Django & Django, de Luca Rea (Itália)
Ezio Bosso. Le cose che restano, de Giorgio Verdelli (Itália)
Hallelujah: Leonard Cohen, A Journey, A Song, de Daniel Geller e Dayna Goldfine (EUA)
Life of Crime 1984-2020, de Jon Alpert (EUA)
Republic of Silence, de Diana El Jeiroudi (Alemanha/França/Síria/Qatar)
Tranchées, de Loup Bureau (França)
Viaggio nel crepuscolo, de Augusto Contento (França/Itália)

FORA DE COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

Liang ye bu neng liu (The Night), de Tsai Ming-liang (Taiwan)
Plastic Semiotic, de Radu Jude (Romênia)
Sad Film, de Vasili (Myanmar/Holanda)

FORA DE COMPETIÇÃO | SÉRIE

Scenes from a Marriage (Episodes 1-5), de Hagai Levi (EUA)

ORIZZONTI

À plein temps, de Eric Gravel (Canadá)
Amira, de Mohamed Diab (Egito/Jordânia)
Atlantide, de Yuri Ancarani (Itália)
Bodeng sar (White Building), de Kavich Neang (Camboja/França/China/Qatar)
Cenzorka (107 Mothers), de Peter Kerekes (Eslováquia)
El gran movimiento, de Kiro Russo (Bolívia/Qatar/França/Suíça)
El hoyo en la cerca, de Joaquin Alejandro del Paso Puente (México)
El otro Tom, de Rodrigo Plá (Uruguai)
Il paradiso del pavone, de Laura Bispuri (Itália)
Inu-oh, de Masaaki Yuasa (Japão/EUA)
Les promesses, de Thomas Kruithof (França)
Miracol, de Bogdan George Apetri (Romênia/República Checa/Letônia)
Nosorih (Rhino), de Oleh Sentsov (Ucrânia)
Once upon a time in Calcutta, de Aditya Vikram Sengupta (Índia/França/Noruega)
Piligrimai, de Laurynas Bareisa (Lituânia)
Pu bu (The Falls), de Mong-hong Chung (Taiwan)
True Things, de Harry Wootliff (Reino Unido)
Vera andrron detin (Vera dreams of the sea), de Kaltrina Krasniqi (Kosovo)
Wela (Anatomy of Time), de Jakrawal Nilthamrong (Tailândia)

ORIZZONTI | CURTA-METRAGEM | COMPETIÇÃO

Descente (4 am), de Mehdi Fikri (França)
Don’t get too comfortable, de Shaima Al Tamimi (Iêmen/Qatar/Emirados Árabes Unidos/EUA/Holanda)
Fall of the Ibis King, de Josh O’Caoimh e Mikai Geronimo (Irlanda)
Heltzear, de Mikel Gurrea (Espanha)
Il turno, de Chiara Marotta e Loris Giuseppe Nese (Itália)
Kanoyama (The Last Day), de Momi Yamashita (Japão)
La fée des Roberts, de Léahn Vivier-Chapas (França)
Los huesos, de Cristóbal León e Joaquín Cociña (Chile)
Mulaqat (Sandstorm), de Seemab Gul (Paquistão)
Pid pokati mai (New abnormal), de Sorayos Prapapan (Tailândia/Coreia do Sul/Singapura)
Techno, Mama, de Saulius Baradinskas (Lituânia)
Tou sheng, ji dan, zuo ye ben (Hair tie, egg, homework books), de Runxiao Luo (China)

ORIZZONTI | CURTA-METRAGEM | FORA DE COMPETIÇÃO

Ato, de Bárbara Paz (Brasil)
Preghiera della sera (Diario di una passeggiata), de Giuseppe Piccioni (Itália)

ORIZZONTI | EXTRA

7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto (Brasil)
Costa Brava, de Mounia Akl (Líbano/França/Espanha/Suécia/Dinamarca/Noruega/Qatar)
La macchina delle immagini di Alfredo C., de Roland Sejko (Itália)
La ragazza ha volato, de Wilma Labate (Itália/Eslovênia)
Land of Dreams, de Shirin Neshat e Shoja Azari (EUA/Alemanha/Qatar)
Ma nuit, de Antoinette Boulat (França/Bélgica)
Mama, ya doma (Mama, I’m Home), de Vladimir Bitokov (Rússia)
Sokea mies, joka ei halunnut nähdä Titanicia (The blind man who did not want to see Titanic), de Teemu Nikki (Finlândia)

Foto: Aline Arruda/Netflix.

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