Festival de Berlim 2017: No Intenso Agora, documentário brasileiro dirigido por João Moreira Salles, é selecionado para a mostra Panorama

por: Cinevitor

noinstanteberlimCena de No Intenso Agora: mais um representante brasileiro na Berlinale.

A mostra Panorama do Festival de Berlim apresenta os filmes em três seções, uma delas é a Panorama Dokumente, que conta com 16 documentários do mundo todo que abordam temas sociais e atuais com reportagens profundas.

Neste ano, o brasileiro No Intenso Agora, de João Moreira Salles, diretor de Santiago, é um dos destaques da mostra. O documentário, narrado em primeira pessoa, reflete sobre o que revelam quatro conjuntos de imagens da década de 1960: os registros da revolta estudantil francesa em maio de 1968; os vídeos feitos por amadores durante a invasão da Checoslováquia em agosto do mesmo ano, quando as forças lideradas pela União Soviética puseram fim à Primavera de Praga; as filmagens do enterro de estudantes, operários e policiais mortos durante os eventos de 1968 nas cidades de Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro; e as cenas que uma turista, a mãe do diretor, filmou na China em 1966, ano em que se implantou no país a Grande Revolução Cultural Proletária.

“Dez anos separam No Intenso Agora de Santiago. Apesar da distância, tenho a impressão de que são filmes aparentados. Não me refiro apenas ao aspecto pessoal dos documentários, mas também ao modo como eles foram realizados. Os dois são essencialmente filmes de arquivo, nascidos na ilha da edição. Santiago surgiu do trabalho de três pessoas de três gerações diferentes, Eduardo Escorel, eu e Lívia Serpa, que, ao longo de meses, construíram o filme a partir da reflexão que fizemos sobre a natureza do material bruto que havíamos reunido. No Intenso Agora nasceu do mesmo jeito, mas com Laís Lifschitz no lugar de Lívia. A diferença é que levou mais tempo, não meses, mas anos. E também, que de uma forma não muito clara para mim, Santiago talvez seja sobre o pai, enquanto No Intenso Agora é sobre a mãe”, explica João Moreira Salles.

Além disso, o cinema brasileiro também estará representado na mostra Panorama com Vazante, de Daniela Thomas e Pendular, de Julia Murat; na Competição Oficial com Joaquim, de Marcelo Gomes; na mostra Generation, com Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira e As Duas Irenes, de Fabio Meira; e na seção Berlinale Shorts, com o curta Estás Vendo Coisas, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

O 67º Festival de Berlim acontecerá entre os dias 9 e 19 de fevereiro e terá o cineasta holandês Paul Verhoeven, diretor de Elle, como presidente do júri.

Conheça os filmes selecionados para a Panorama Dokumente do Festival de Berlim 2017:

Belinda, de Marie Dumora (França)
Bones of Contention, de Andrea Weiss (EUA)
Chavela, de Catherine Gund e Daresha Kyi (EUA)
Denk ich an Deutschland in der Nacht (If I Think of Germany at Night), de Romuald Karmakar (Alemanha)
Dream Boat, de Tristan Ferland Milewski (Alemanha)
Erase and Forget, de Andrea Luka Zimmerman (Reino Unido)
Fünf Sterne (Five Stars), de Annekatrin Hendel (Alemanha)
Istiyad Ashbah (Ghost Hunting), de Raed Andoni (França/Palestina/Suíça/Qatar)
Mein wunderbares West-Berlin (My Wonderful West Berlin), de Jochen Hick (Alemanha)
No Intenso Agora (In the Intense Now), de João Moreira Salles (Brasil)
El Pacto de Adriana (Adriana’s Pact), de Lissette Orozco (Chile)
Revolution of Sound. Tangerine Dream, de Margarete Kreuzer (Alemanha)
Strong Island, de Yance Ford (EUA/Dinamarca)
Tahqiq fel djenna (Investigating Paradise), de Merzak Allouache (França/Argélia)
Tania Libre, de Lynn Hershman Leeson (EUA)
Casting JonBenet, de Kitty Green (EUA/Austrália)
Combat au bout de la nuit (Fighting Through the Night), de Sylvain L’Espérance (Canadá)
I Am Not Your Negro, de Raoul Peck (França/EUA/Bélgica/Suíça)
Política, manual de instrucciones (Politics, instructions manual), de Fernando León de Aranoa (Espanha)
Ri Chang Dui Hua (Small Talk), de Hui-chen Huang (Taiwan)
Untitled, de Michael Glawogger e Monika Willi (Áustria/Alemanha)

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