Documentário sobre Hector Babenco, dirigido por Bárbara Paz, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2021

por: Cinevitor

babencooscar2021Hector Babenco em cena do filme.

A Academia Brasileira de Cinema anunciou virtualmente nesta quarta-feira, 18/11, o longa brasileiro que vai disputar uma vaga entre os cinco finalistas na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) no Oscar 2021.

Entre 19 inscritos, o escolhido foi Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, dirigido por Bárbara Paz, documentário que traça um paralelo entre a arte e a doença do cineasta Hector Babenco. O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida.

O longa já foi selecionado para mais de 20 festivais internacionais e estreou mundialmente no Festival de Veneza do ano passado, no qual recebeu o prêmio de melhor documentário na mostra Venice Classics e o prêmio Bisato D’Oro 2019, entregue pela crítica independente. No início do ano, foi premiado no Festival internacional de Cinema de Mumbai, na Índia. Também foi selecionado para os festivais do Cairo, Havana, Mar del Plata, Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Festival do Rio, Mostra Tiradentes, Fest Aruanda, FIDBA, na Argentina, Baltic Sea Docs, na Letônia e para o Mill Valley Film Festival, nos Estados Unidos.

Com produção da HB Filmes e produzido por Bárbara Paz, o filme tem coprodução da Gullane (pelos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane), Ava Filmes, Lusco Fusco, Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. No Brasil, a distribuição é da Imovision; Willem Dafoe e Petra Costa assinam como produtores associados.

O Comitê Brasileiro de Seleção deste ano foi presidido pela cineasta e roteirista Viviane Ferreira e contou também com: Affonso Beato, diretor de fotografia e membro da AMPAS; Clélia Bessa, produtora; Laís Bodanzky, cineasta, produtora e membro da AMPAS; Leonardo Monteiro de Barros, produtor; Lula Carvalho, diretor de fotografia e membro da AMPAS; Renata Magalhães, produtora; Rodrigo Teixeira, produtor e membro da AMPAS; e Roberto Berliner, cineasta e produtor. Além dos membros titulares, a comissão de suplentes foi formada por: André Ristum, cineasta e roteirista; e Toni Venturi, diretor.

Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com A Vida Invisível, dirigido por Karim Aïnouz, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o Brasil concorreu na categoria de melhor filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.

Além de Babenco, também estavam na disputa este ano: A Divisão, de Vicente Amorim e Rodrigo Monte; A Febre, de Maya Werneck Da-Rin; Alice Júnior, de Gil Baroni; Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo; Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria; Cidade Pássaro, de Matias Mariani; Jovens Polacas, de Alex Levy-Heller; M8 – Quando a Morte Socorre a Vida, de Jeferson De; Macabro, de Marcos Prado; Marighella, de Wagner Moura; Minha Mãe é uma Peça 3, de Susana Garcia; Narciso em Férias, de Renato Terra e Ricardo Calil; Pacarrete, de Allan Deberton; Pureza, de Renato Barbieri; Sertânia, de Geraldo Sarno; Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra; Três Verões, de Sandra Kogut; e Valentina, de Cássio Pereira Dos Santos.

Em fevereiro, antes do anúncio final, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood selecionará dez produções estrangeiras. Desse grupo, saem os cinco finalistas. A lista com os indicados ao Oscar 2021 será divulgada no dia 15 de março e a cerimônia, adiada por conta da pandemia de Covid-19, está marcada para o dia 25 de abril, em Los Angeles.

O representante brasileiro disputará uma vaga na 93ª edição da premiação mais importante do cinema com diversas produções de outros países, como: o espanhol La trinchera infinita, de Jon Garaño, Aitor Arregi e Jose Mari Goenaga; Isso Não é um Enterro, é uma Ressurreição, de Lemohang Jeremiah Mosese, de Lesoto; o japonês Mães de Verdade, de Naomi Kawase; O Charlatão, de Agnieszka Holland, da República Checa; Beginning, de Dea Kulumbegashvili, da Geórgia; La Llorona, de Jayro Bustamante, da Guatemala; o palestino Gaza mon amour, de Tarzan Nasser e Arab Nasser; entre outros.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA) foi reconhecida oficialmente este ano pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences (AMPAS) como única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional na 93ª edição do Oscar.

Foto: Divulgação.

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