45ª Mostra de São Paulo: conheça os filmes selecionados e destaques da programação

por: Cinevitor
Agathe Rousselle em Titane, de Julia Ducournau: vencedor da Palma de Ouro.

A 45ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo acontecerá entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro. A seleção de filmes deste ano traz 264 títulos, vindos de mais de 50 países, que serão apresentados nas seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Apresentação Especial.

Depois da ausência das salas de cinema em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, a Mostra volta ao circuito exibidor com sessões presenciais em 15 espaços da cidade de São Paulo, mas também mantém parte de seu conteúdo on-line. Uma seleção de títulos estará disponível nas plataformas Mostra Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play.

Dentre os selecionados para a 45ª Mostra, mais de 80 filmes são dirigidos por mulheres, e algumas delas conquistaram importantes prêmios e destaques nos principais festivais internacionais, como: Julia Ducournau, vencedora da Palma de Ouro por Titane, no Festival de Cannes, e Prêmio do Público no Festival de Toronto, e que recentemente foi escolhido para representar a França no Oscar 2022; Kira Kovalenko, de Razzhimaya Kulaki (Unclenching The Fists), eleito o melhor filme da mostra Un Certain Regard, em Cannes, e também exibido em San Sebastián; Tatiana Huezo, de A Noite do Fogo (Noche de Fuego), que recebeu o prêmio de melhor filme da mostra Horizontes Latinos em San Sebastián e Menção Especial na Un Certain Regard; Alina Grigore, de Lua Azul (Blue Moon), vencedor da Concha de Ouro de melhor filme no Festival de San Sebastián; Maria Speth, de Sr. Bachmann e Seus Alunos (Mr. Bachmann and His Class), vencedor do Prêmio do Público e do Prêmio do Júri (Urso de Prata) no Festival de Berlim; Charlotte Gainsbourg, de Jane par Charlotte, exibido em Cannes e San Sebastián; entre outras.

A seleção deste ano faz um apanhado do cinema contemporâneo mundial produzido e exibido sob o impacto da pandemia que atingiu a indústria cinematográfica em todos os continentes. Vale destacar que nem todos os títulos a serem apresentados nos cinemas serão exibidos nas plataformas digitais; a decisão de exibir ou não em formato on-line coube única e exclusivamente ao produtor e ao distribuidor de cada filme. Assim, alguns títulos serão exibidos apenas nos cinemas. As sessões apresentados nas plataformas Sesc Digital e Itaú Cultural Play serão gratuitas. 

Charlotte Gainsbourg e Jane Birkin no documentário Jane por Charlotte.

Diferente das edições anteriores, quando a exibição de apenas um título da seleção marcava o início do evento, neste ano, a Mostra promove sua abertura na quarta-feira, 20/10, com sessões simultâneas em dez salas de cinemas da cidade. As exibições dos filmes serão antecedidas pela projeção virtual da cerimônia de inauguração, que terá apresentação de Renata de Almeida e Serginho Groisman e participação de autoridades e patrocinadores. 

Os filmes de abertura deste ano serão: Noite Passada em Soho (Last Night in Soho), de Edgar Wright, exibido no Festival de Veneza; Bergman Island, de Mia Hansen-Løve, que disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano; Má Sorte ou Pornô Amador (Bad Luck Banging or Loony Porn), de Radu Jude, vencedor do Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim; Compartment nº 6, de Juho Kuosmanen, vencedor do Grande Prêmio em Cannes e representante da Finlândia no Oscar 2022; os curtas A Voz Humana (The Human Voice), de Pedro Almodóvar, A Noite (The Night), de Tsai Ming Liang, e Ato, de Bárbara Paz, todos exibidos em Veneza; A Crônica Francesa (The French Dispach), de Wes Anderson, que fez parte da Competição Oficial de Cannes; Um Herói (A Hero), de Asghar Farhadi, vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes; A Caixa (La Caja), de Lorenzo Vigas, premiado em Veneza e exibido em San Sebastián; Roda do Destino (Wheel of Fortune and Fantasy), de Ryusuke Hamaguchi, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Berlim; e Lua Azul (Blue Moon), de Alina Grigore, vencedor da Concha de Ouro de melhor filme no Festival de San Sebastián.

A seleção da 45ª edição da Mostra conta também com filmes premiados e exibidos em festivais internacionais, além de títulos inéditos como: Diários de Otsoga, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, exibido na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, FIDMarseille e nos festivais de Karlovy Vary e Toronto; Brighton 4th, de Levan Koguashvili, vencedor de três prêmios no Festival de Tribeca, entre eles, melhor roteiro, e escolhido para representar a Geórgia no Oscar 2022; Um Forte Clarão (Destello Bravío), de Ainhoa Rodríguez, vencedor do Prêmio Especial do Júri e melhor montagem no Festival de Málaga, além de ser exibido em Roterdã e também premiado em San Sebastián; Pequena Palestina, Diário de um Cerco (Little Palestine, Diary of a Siege), de Abdallah Al-Khatib, vencedor do Prêmio do Público no Festival de Hamburgo e exibido no Visions du Réel; Holgut, de Liesbeth De Ceulaer, que recebeu Menção Especial no CPH:DOX e foi exibido no Visions du Reél; Ayar, de Floyd Russ, e Bantú Mama, de Ivan Herrera, exibidos no SXSW; Sal em Nossas Águas (Nonajoler Kabbo), de Rezwan Shahriar Sumit, premiado no Kolkata International Film Festival e exibido nos festivais de Londres e Seattle.

E mais: Lidando com a Morte (Dealing With Death), de Paul Rigter, vencedor do prêmio de melhor documentário holandês no IDFA; Cow, de Andrea Arnold, exibido fora de competição em Cannes, Menção Especial no Festival de Atenas e premiado no Festival de Hamptons; O Perfeito David (El Perfecto David), de Felipe Gomez Aparicio, exibido em Tribeca; Do Outro Lado (Del Otro Lado), de Iván Guarnizo, vencedor do Prêmio Especial do Júri e do público no Festival de Málaga; o documentário Domando o Jardim (Taming the Garden), de Salomé Jashi, exibido na mostra Forum do Festival Berlim, na Competição Internacional de Sundance e que recebeu Menção Especial no Cinéma du Réel; Sanremo, de Miroslav Mandic, exibido no Festival de Seattle e escolhido para representar a Eslovênia no Oscar 2022.

Tilda Swinton em A Crônica Francesa, de Wes Anderson: um dos filmes de abertura.

A seleção segue com: Radiografia de uma Família (Radiograph of a Family), de Firouzeh Khosrovani, vencedor do prêmio de melhor documentário no IDFA e também premiado no IndieLisboa; O Gravador de Haruhara-san (Haruharasan no uta), de Kyoshi Sugita, vencedor do Grand Prix e Prêmio do Público no FIDMarseille e exibido em San Sebastián; As Siamesas (Las Siamesas), de Paula Hernández, premiado no Festival de Mar del Plata; Contatado (Contactado), de Marité Ugas, exibido em Tribeca; El Planeta, de Amalia Ulman, vencedor do prêmio de melhor direção no BAFICI, Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, e exibido em Sundance; O Atlas dos Pássaros (Bird Atlas), de Olmo Omerzu, Irmandade (Sisterhood), de Dina Duma e representante da Macedônia do Norte no Oscar 2022, e Amanhecer (Zora), de Dalibor Matanic, exibidos no Festival de Karlovy Vary; Alta Demanda: A Vida e a Obra de Dani Karavan (High Maintenance: The Life and Work of Dani Karavan), de Barak Heymann, exibido no Hot Docs e no Festival de Jerusalém.

E mais: Nostromo, de Fisnik Maxville, premiado no Visions du Réel; Dançarino Cubano (Cuban Dancer), de Roberto Salinas, vencedor do Prêmio do Público no Festival de San Francisco e exibido no Visions du Réel; Ilhas (Islands), de Martin Edralin, vencedor do Prêmio Especial do Júri no SXSW Film Festival; Venice Beach, CA., de Marion Naccache, exibido no Visions du Réel; Os Anos 20 (Années 20), de Elisabeth Vogler, vencedor do prêmio de melhor fotografia no Festival de Tribeca; You Me Lenin (Você, Eu e Lênin), de Tufan Tastan, ganhador do Prêmio Especial do Júri no Festival de Istambul; Souad, de Ayten Amin, que recebeu um selo especial do Festival de Cannes na edição passada e também foi exibido na mostra Panorama de Berlim, IndieLisboa e premiado em Tribeca na categoria de melhor atriz; a animação brasileira Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral, premiado no consagrado Festival de Annecy; Medo (Strah), de Ivaylo Hristov, vencedor do Prêmio do Público no Sofia Film Fest e representante da Bulgária no Oscar 2022; entre outros.

Do Festival de Veneza, além dos já citados anteriormente, a Mostra exibirá também: A Fuga do Capitão Volkonogov (Kapitan Volkonogov bezhal/Captain Volkonogov Escaped), de Aleksey Chupov e Natasha Merkulova, Reflexão (Vidblysk/Reflection), de Valentyn Vasyanovych, e Sem Deixar Rastros (Żeby nie było śladów/Leave no traces), de Jan P. Matuszyński e representante da Polônia no Oscar 2022, que disputaram o Leão de Ouro na Competição Internacional deste ano; O Cego que Não Queria Ver o Titanic (The Blind Man Who Did Not Want to See Titanic/Sokea mies joka ei halunnut nähdä Titanicia), de Teemu Nikki, vencedor do Prêmio do Público da mostra Orizzonti Extra; Listen, de Ana Rocha de Sousa, vencedor do Leão do Futuro e do Prêmio Especial do Júri da mostra Orizzonti do ano passado.

Cena de A Fuga do Capitão Volkonogov, de Aleksey Chupov e Natasha Merkulova.

E mais de Veneza: Zalava, de Arsalan Amiri, vencedor do Prêmio FIPRESCI e de melhor filme da Semana Internacional da Crítica de Cinema de Veneza; Imaculat, de George Chiper-Lillemark e Monica Stan, melhor filme da mostra Giornate degli Autori; o uruguaio O Outro Tom (El Otro Tom), de Rodrigo Plá, Atlântida (Atlantide), de Yuri Ancarani, Minha Noite (Ma nuit), de Antoinette Boulat, Vera Sonha com o Mar (Vera andrron detin), de Kaltrina Krasniqi, e Coisas Verdadeiras (True Things), de Harry Wootliff, exibidos na mostra Orizzonti; e Pedra da Noite (Piedra Noche), de Iván Fund, que paticipou da Giornate degli Autori e também dos festivais de San Sebastián e Guadalajara.

Outros filmes brasileiros exibidos em Veneza também marcam presença na programação: Deserto Particular, de Aly Muritiba, que venceu o Prêmio do Público na mostra Giornate degli Autori e foi escolhido recentemente para representar o Brasil na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2022; 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, exibido na mostra Orizzonti Extra e vencedor do Prêmio Sorriso Diverso Venezia; e Salamandra, de Alex Carvalho, uma coprodução entre Brasil, França e Alemanha, exibida na Semana Internacional da Crítica de Cinema de Veneza, organizada pelo SNCCI, Sindacato Nazionale Critici Cinematografici Italiani.

Ainda do Festival de Veneza, a seleção conta com: O Jovem Caçador de Baleias (Kitoboy), de Philipp Yuryev, prêmio de melhor direção na mostra Giornate degli Autori do ano passado; Ao Oriente (Al Oriente), de José María Avilés, premiado na Biennale College Cinema; Fruto da Memória (Apples/Mila), de Christos Nikou, exibido na mostra Orizzonti do ano passado, indicado da Grécia no Oscar 2021 e eleito pela National Board of Review como um dos cinco melhores filmes estrangeiros do ano passado; e Anatomia, de Ola Jankowska, Você Parece Comigo (You Resemble Me), de Dina Amer, e Charuto de Mel (Cigare au miel), de Kamir Aïnouz, exibidos na Giornate degli Autori.

A seleção do Festival de Cannes também marca presença com diversos títulos, entre eles: Annette, de Leos Carax, vencedor do prêmio de melhor direção; Memoria, de Apichatpong Weerasethakul, representante da Colômbia no Oscar 2022, e Ahed’s Knee, de Nadav Lapid, vencedores do Prêmio do Júri; Um Herói (A Hero/Ghahreman), de Asghar Farhadi, vencedor do Grand Prix; France, de Bruno Dumont, A História da Minha Esposa (A feleségem története), de Ildikó Enyedi, e Lingui, de Mahamat-Saleh Haroun, que disputaram a Palma de Ouro; o documentário O Leopardo das Neves (La panthère des neiges), de Marie Amiguet, Mothering Sunday, de Eva Husson, e Stillwater, de Tom McCarthy, exibidos fora de competição; o documentário Marx Pode Esperar (Marx può aspettare), de Marco Bellocchio, que foi homenageado com a Palma de Ouro honorária este ano; Laranjas Sangrentas (Oranges sanguines), de Jean-Christophe Meurisse, exibido na Sessão da Meia-Noite.

Marion Cotillard em Annette, de Leos Carax.

Direto da Un Certain Regard, mostra paralela do Festival de Cannes, a programação conta com: Great Freedom, de Sebastian Meise, vencedor do Prêmio do Júri, e escolhido para representar a Áustria no Oscar 2022; Lamb, de Valdimar Jóhannsson, vencedor do Prêmio Originalidade; Onoda – 10 Mil Noites na Selva (Onoda, 10 000 nuits dans la jungle), de Arthur Harari, que foi o filme de abertura; Deixe Amanhecer (Let It Be Morning), de Eran Kolirin e representante de Israel no Oscar 2022, Sabedoria das Ruas (Gaey Wa’r/Streetwise), de Na Jiazuo, Prisão Domiciliar (House Arrest), de Aleksey Guerman Jr., Mulheres Choram (Women Do Cry), de Vesela Kazakova e Mina Mileva, La Traviata, Meus Irmãos e Eu (Mes frères, et moi), de Yohan Manca, e O Compromisso de Hasan (Baglilik Hasan), de Semih Kaplanoglu.

A Quinzena dos Realizadores, outra mostra paralela de Cannes, também marca presença com: Frequências Magnéticas (Les Magnétiques), de Vincent Maël Cardona, vencedor do prêmio principal; o documentário Futura, de Pietro Marcello, Francesco Munzi e Alice Rohrwacher; Întregalde, de Radu Muntean, e A Chiara, de Jonas Carpignano, vencedor do Label Europa Cinemas; o iraniano Pegando a Estrada (Jaddeh Khaki/Hit the Road), de Panah Panahi; Clara Sola, de Nathalie Álvarez Mesén, também exibido no Festival de Guadalajara; O Mar à Frente (The Sea Ahead), de Ely Dagher, e Meu Legionário (Mon légionnaire/Our Men), de Rachel Lang; Regresso a Reims (Fragmentos), de Jean-Gabriel Périot, também exibido em San Sebastián; e O Grito das Leoas (The Hill Where Lionesses Roar), de Luàna Bajrami, que foi premiado no Festival de Sarajevo.

Já da Semana da Crítica, também de Cannes, a seleção da Mostra de São Paulo conta com: Feathers, de Omar El Zohairy, vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica e também do Prêmio FIPRESCI; Olga, de Elie Grappe, indicado da Suíça para o Oscar 2022 e vencedor do Prêmio SACD, Society of Dramatic Authors and Composer; Bruno Reidal, Confissões de um Assassino (Bruno Reidal, Confession of a Murder), de Vincent Le Port; e Amparo, de Simón Mesa Soto, que rendeu o Prêmio Louis Roederer Foundation para a atriz Sandra Melissa Torres.

Além disso, três produções brasileiras que se destacaram no Festival de Cannes estão confirmadas na programação da Mostra: o documentário O Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz, exibido fora de competição; Medusa, de Anita Rocha da Silveira, que fez parte da Quinzena dos Realizadores e já rodou diversos festivais internacionais; e Murina, de Antoneta Alamat Kusijanovic, uma coprodução entre Croácia, Brasil, Estados Unidos e Eslovênia, e que recebeu o prêmio Golden Camera.

Cena de Great Freedom, de Sebastian Meise.

Do Festival de Berlim, integram a programação da Mostra os premiados: Encontros (Introduction), de Hong Sang-Soo, Urso de Prata de melhor roteiro; What Do We See When We Look at the Sky? (Ras vkhedavt, rodesac cas vukurebt?), de Alexandre Koberidze, vencedor do Prêmio FIPRESCI da Competição Oficial; Eu Vejo Você em Todos os Lugares (Rengeteg – Mindenhol látlak/Forest – I See You Everywhere), de Bence Fliegauf, Urso de Prata de melhor interpretação coadjuvante para Lilla Kizlinger; A Garota e a Aranha (Das Mädchen und die Spinne), de Ramon Zurcher e Silvan Zurcher, vencedor do Prêmio FIPRESCI e melhor direção da mostra Encounters; Luz Natural (Természetes fény/Natural Light), de Dénes Nagy, Urso de Prata de melhor direção; Um Rio Corre, Vira, Apaga, Transforma (A River Runs, Turns, Erases, Replaces), de Shengze Zhu, vencedor do Prêmio Caligari Film da mostra Forum; Higiene Social (Hygiène sociale), de Denis Côté, prêmio de melhor direção da mostra Encounters; Madeira e Água (Wood and Water), de Jonas Bak, que recebeu Menção Especial na mostra Perspektive Deutsches Kino; e A Mulher que Fugiu (Domangchin yeoja), de Hong Sang-Soo, Urso de Prata de melhor direção no ano passado, Menção Especial em San Sebastián e eleito um dos dez melhores filmes do ano segundo a Cahiers du Cinéma.

Além dos premiados, a Mostra também conta com outros títulos exibidos na Berlinale, entre eles: A Porta ao Lado (Nebenan), do ator Daniel Brühl, que faz sua estreia na direção e disputou o Urso de Ouro; 66 Questões da Lua (Selene 66 Questions), de Jacqueline Lentzou, exibido na mostra Encounters e vencedor do Prêmio Cineuropa no Festival de Sarajevo; Quando uma Fazenda se Incendeia (When a Farm Goes Aflame), de Jide Tom Akinleminu, exibido na mostra Perspektive Deutsches Kino; Azor, de Andreas Fontana, exibido na mostra Encounters e também nos festivais de Londres, San Sebastián e premiado no Zurich Film Festival; Fatores Humanos (Der menschliche Faktor/Human Factors), de Ronny Trocker, exibido na mostra Panorama e na Competição Internacional de Sundance; Sanguessugas – Uma Comédia Marxista Sobre Vampiros (Blutsauger/Bloodsuckers – A Marxist Vampire Comedy), de Julian Radlmaier, exibido na mostra Encounters e vencedor do Prêmio Especial do Júri no Moscow International Film Festival; Um Equilíbrio (Yuko No Tenbin/A Balance), de Yujiro Harumoto, exibido na mostra Panorama; e Distrito Terminal (Mantagheye payani), de Bardia Yadegari e Ehsan Mirhosseini, exibido na mostra Encounters.

Peter Kurth e Daniel Brühl em A Porta ao Lado.

Outros eventos internacionais importantes também marcam presença na 45ª edição da Mostra de São Paulo, como o Festival de Sundance com diversos títulos, entre eles: Summer of Soul (…ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada), de Questlove, vencedor do Grande Prêmio do Júri e Prêmio do Público da Competição Americana de Documentário; Filho das Monarcas (Son of Monarchs), de Alexis Gambis, vencedor do Prêmio Alfred P. Sloan; Colmeia (Hive), de Blerta Basholli, ganhador de três prêmios na Competição Internacional de Drama: Grande Prêmio do Júri, melhor direção e Prêmio do Público, além de ser o representante de Kosovo no Oscar 2022; Entre Águas (Luzzu), de Alex Camilleri, vencedor do Prêmio Especial do Júri de Atuação para Jesmark Scicluna e representante de Malta no Oscar 2022; Nove Dias (Nine Days), de Edson Oda, vencedor do Prêmio Waldo Salt de melhor roteiro no ano passado e indicado ao Independent Spirit Awards; Primeiro Encontro (First Date), de Manuel Crosby e Darren Knapp, exibido na mostra NEXT; Eu Era um Homem Comum (I Was a Simple Man), de Christopher Makoto Yogi; Superiora (Superior), de Erin Vassilopoulos; Ailey, de Jamila Wignot, exibido na Competição Americana de Documentário; Fogo nas Montanhas (Fire in the mountains), de Ajitpal Singh, exibido na Competição Internacional de Drama e vencedor do Prêmio do Público no Indian Film Festival of Los Angeles; e O Garoto Mais Bonito do Mundo (The most beautiful boy in the world), de Kristina Lindström e Kristian Petri.

A programação da Mostra de São Paulo conta também com filmes do Festival de San Sebastián, entre eles: Assim como no Céu (Du som er i himlen/As In Heaven), de Tea Lindeburg, vencedor dos prêmios de melhor direção e melhor interpretação para Flora Ofelia Hofmann Lindahl, que empatou com Jessica Chastain; Eu Quero Falar Sobre Duras (Vous ne désirez que moi), de Claire Simon, que disputou a Concha de Ouro; Entre Dois Crepúsculos (Iki Safak Arasinda), de Selman Nacar; O Ruído dos Motores (Le bruit des moteurs), de Philippe Gregoire; Eles Transportam a Morte (Eles Transportan a Morte), de Helena Girón e Samuel M. Delgado, exibido na mostra Zabaltegi-Tabakalera e premiado em mostra paralela no Festival de Veneza; Camila Sairá Esta Noite (Camila Saldrá Esta Noche), de Ines Barrionuevo, que disputou a Concha de Ouro; entre outros.

Zazie Beetz em Nove Dias, de Edson Oda.

Do Festival de Roterdã, a seleção conta com os brasileiros Madalena, de Madiano Marcheti, exibido na Competição Oficial, conhecida como Tiger Competition, e também na mostra Horizontes Latinos de San Sebástian e no Queer Lisboa; e A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga, exibido na mostra Bright Future. A programação segue com: o indiano Pedregulhos (Koozhangal), de P.S. Vinothraj, eleito o melhor filme da edição com o Tiger Award; As Bruxas do Oriente (Les Sorcières de l’Orient), de Julien Faraut, também exibido no IndieLisboa; I Comete – Um Verão na Córsega (I Comete – A Corsican Summer), de Pascal Tagnati, vencedor do Prêmio Especial do Júri da Tiger Competition; O Cão que Não Se Cala (El perro que no calla), de Ana Katz, vencedor do prêmio de melhor filme da Competição Big Screen; Amor Fati, de Cláudia Varejão, exibido na mostra Harbour; Aurora, de Paz Fábrega, exibido na mostra competitiva Big Screen e também no Festival de San Sebastián; Procurando por Venera (Në kërkim të Venerës/Looking for Venera), de Norika Sefa, vencedor do Prêmio Especial do Júri da Tiger Competition; a animação Arquipélago (Archipelago), de Félix Dufour-Laperrière, exibido na Big Screen e premiado no Festival de Annecy; entre outros.

Filmes exibidos e premiados no Festival de Locarno também completam a programação deste ano, como: A Vingança é Minha, Todos os Outros Pagam em Dinheiro (Seperti Dendam, Rindu Harus Dibayar Tuntas), de Edwin, vencedor do Leopardo de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do evento; Espírito Sagrado (Espíritu sagrado), de Chema García Ibarra, que recebeu Menção Especial do Júri da Competição Internacional; Zahorí, de Marí Alessandrini, que no ano passado foi contemplado no Films After Tomorrow e, neste ano, exibido na mostra Cineasti del presente; o português A Távola de Rocha, de Samuel Barbosa; Três Irmãos (Brotherhood), de Francesco Montagner, vencedor do Leopardo de Ouro de melhor filme da mostra Cineasti del presente; After Blue (Paraíso Imundo) (Paradis sale), de Bertrand Mandico, que disputou o Leopardo de Ouro e venceu o Prêmio FIPRESCI; Uma Nova Velha Peça (Jiao má táng huì), de Qiu Jiongjiong, vencedor do Prêmio Especial do Júri; e Meus Irmãos Sonham Acordados (Mis Hermanos Sueñan Despiertos), de Claudia Huaiquimilla, exibido na Cineasti del presente.

Enquanto isso, do Festival de Toronto, além dos títulos citados anteriormente, a seleção da Mostra de São Paulo conta também com: Yuni, de Kamila Andini, eleito o melhor filme da mostra Platform e representante da Indonésia no Oscar 2022; Terra Silenciosa (Cicha ziemia), de Aga Woszczynska, exibido na mostra Platform; Boa Senhora (Mlungu Wam), de Jenna Cato Bass; e A Filha (La hija), de Manuel Martín Cuenca, exibido na mostra Contemporary World Cinema e que também fez parte da Seleção Oficial de San Sebastián.

Cena de Amor Fati, de Cláudia Varejão.

Um total de 29 títulos que compõem a seleção da 45ª Mostra são produzidos ou coproduzidos por outros países latino-americanos, como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Equador e Uruguai, como: Os Inventados (Los Inventados), de Leo Basilico, Nicolás Langinoti e Pablo Pandolfi; A Taça Partida (La Taza Rota), de Esteban Cabezas; A Nova Garota (La Chica Nueva), de Micaela Gonzalo; entre muitos outros já citados.

Entre tantos destaques internacionais, cerca de 40 títulos brasileiros integram a seleção da Mostra Brasil. Os longas estão divididos nas seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional. As produções brasileiras desta 45ª edição são inéditas, finalizadas entre 2020 e 2021, com exceção dos títulos restaurados. 

Destacam-se entre os nacionais: A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky, com Cauã Reymond; Mundo Novo, de Álvaro Campos; O Circo Voltou, de Paulo Caldas; O Melhor Lugar do Mundo é Agora, de Caco Ciocler; O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo; Sol, de Lô Politi; Urubus, de Claudio Borrelli; a animação Tarsilinha, de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo; As Verdades, de José Eduardo Belmonte; Transversais, de Émerson Maranhão; entre outros.

Como de costume, a Mostra presta homenagens a grandes nomes do cinema. Neste ano, o Prêmio Leon Cakoff será entregue para a atriz, roteirista e diretora Helena Ignez. Além disso, o evento promoverá uma sessão de autógrafos do livro Helena Ignez, Atriz Experimental, de autoria dos professores e pesquisadores Pedro Guimarães e Sandro de Oliveira, marcada para o dia 31 de outubro, no Anexo do Espaço Itaú de Cinema. Lançado pelas Edições Sesc SP, o livro destaca as inovações e contribuições de Helena Ignez para o cinema novo e marginal e faz uma análise estética da trajetória artística da baiana que estreou no cinema com o curta-metragem Pátio (1959), do diretor Glauber Rocha.

O diretor português Paulo Rocha também será homenageado pelo evento com uma retrospectiva de seus títulos e a exibição de A Távola de Rocha, de Samuel Barbosa, que foi assistente do diretor morto em 2012. Entre os títulos da retrospectiva estão: Os Verdes Anos, A Ilha de Moraes, O Rio do Ouro, Mudar de Vida, A Ilha dos Amores, Máscara de Aço contra o Abismo Azul, Se eu fosse ladrão…Roubava.

Lázaro Ramos e Bianca Bin em As Verdades, de José Eduardo Belmonte.

A seção Apresentações Especiais traz a versão em preto e branco do filme Parasita, de Bong Joon-Ho, e uma cópia restaurada dos longas Terra Estrangeira, de Walter Salles, e O Rei Da Noite, de Hector Babenco; além disso, conta também com o documentário Ziraldo, Uma Obra que Pede Socorro, de Guga Dannemann.

Todos os anos a Mostra Internacional de Cinema convida um artista ou cineasta para fazer a arte do pôster do ano. Nomes como Laurie Anderson, Marco Bellochio, Martin Scorsese e Wim Wenders já assinaram o cartaz do evento em diferentes edições. A arte deste ano é assinada pelo artista brasileiro Ziraldo. Além disso, a Mostra apresentará o filme Ziraldo, Era uma Vez um Menino, documentário realizado por Fabrizia Pinto, sua filha, com música de Antonio Pinto, seu filho.

A Mostra também exibirá sessões gratuitas no Vão Livre do Masp, Vale do Anhangabaú, Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Centro Cultural Tiradentes; e com valores promocionais no circuito Spcine (Centro Cultural São Paulo e Biblioteca Roberto Santos) e no Museu da Imigração. As sessões dos filmes apresentados nas plataformas Sesc Digital e Itaú Cultural Play também serão gratuitas

O júri deste ano será formado por: Beatriz Seigner, cineasta, que já exibius alguns filmes na Mostra, entre eles, Los Silencios; Carla Caffé, arquiteta, diretora de arte e professora, que recentemente assinou a direção de Para Onde Voam as Feiticeiras ao lado da irmã, Eliane Caffé, e de Beto Amaral; e Joel Zito Araújo, diretor, roteirista e produtor-executivo, que este ano apresenta o filme O Pai da Rita.

Pelo quinto ano consecutivo, a Mostra e o Itaú Cultural realizam mais uma edição do Fórum Mostra, que promove encontros e debates de cinema, economia criativa e assuntos contemporâneos da cultura. E mais: em parceria com a ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, e com o Museu da Imigração, a 45ª Mostra apresenta no Museu, nos dias 22 e 23/10, uma programação que inclui os filmes 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, e Pegando a Estrada, de Panah Panahi.

Além dos filmes, a 45ª edição da Mostra de São Paulo apresenta diversas atividades paralelas, como seminários, oficinas, master class e muito mais. A programação de filmes nos cinemas estabelece um intervalo de 30 minutos entre as sessões para que as salas sejam completamente higienizadas e os cinemas vão disponibilizar álcool em gel. Após o término de cada sessão, o público deverá respeitar a ordem de saída, começando pela última fileira, evitando assim aglomeração.

Fotos: Divulgação.

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