Simone Cortezão fala sobre Navios de Terra, seu primeiro longa-metragem, exibido no 6º Olhar de Cinema

por: Cinevitor

naviosterracinevitorRômulo Braga na montanha: em cena.

A cineasta Simone Cortezão, que já escreveu e dirigiu cinco obras de curta e média-metragem, chega ao 6º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba na mostra Competitiva com Navios de Terra, seu primeiro longa-metragem, que teve estreia mundial no Visions du Réel, na Suíça.

No filme, há anos a montanha é deslocada entre dois países: Brasil e China. Rômulo, vivido por Rômulo Braga, ex-minerador e agora marinheiro, segue levando parte da montanha e vai ao encontro da outra. Sua atenção incomum à construção da imagem e do som asseguram que ele não deixe de interessar e excitar os sentidos a cada momento.

Depois da primeira exibição do filme, que aconteceu no domingo, 11/06, a diretora participou de um debate com o público presente. Confira os melhores momentos:

RÔMULO BRAGA

O Rômulo participou do meu média-metragem Subsolos. E aqui, neste trabalho, ele era uma figura muito importante por ser uma extensão da minha pesquisa, desse pensamento. Era o cara que se camuflava e se infiltrava comigo e ele foi muito importante, não só como ator, mas como pesquisador também, pois de alguma forma se misturava com o lugar. O Rômulo estava interessado nessa pesquisa da trama e entendeu o que eu estava fazendo. Eu precisava de um ator que desse conta desses lugares”.

SOM

“O Guile Martins foi outro que entendeu minha pesquisa. Eu queria que o navio fosse um personagem e o sons são muito peculiares nesses lugares. E eu debatia muito com ele, que trabalhou tanto o som direto como os sons de biblioteca e fizemos uma costura com a extensão narrativa. Juntos, entendíamos quais sons eram importantes para essa construção”.

simonenavioscuritibaA diretora Simone Cortezão em Curitiba.

A MONTANHA

“Tínhamos que filmar muito rápido, mas dava tempo de pensar nos enquadramentos. Na montanha, o vento estava muito forte e filmar por lá foi muito tenso e difícil. Era preciso uma câmera portátil porque em alguns momentos eu era expulsa dos lugares. Mas antes fui à locação com um produtor local e com o fotógrafo [Matheus Antunes]. E também fiz várias pesquisas de imagem e mostrei para o Matheus, que já tinha trabalhado comigo em Subsolos, e ele começou a entender até que ponto essa imagem tinha que conseguir abarcar a paisagem. A Ana [Moraes, produtora] está comigo desde quando ninguém acreditava que isso fosse acontecer. Ela foi a principal figura. Viajávamos antes para os lugares e tirávamos fotos para pesquisa. E o tempo inteiro eu pensava no movimento de navegação que o filme poderia ter”.

*O CINEVITOR está em Curitiba a convite do evento e você acompanha a cobertura do festival por aqui e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Divulgação e Vitor Búrigo.

Comentários