Sangue Azul

por: Cinevitor

sangueazulposterDiretor: Lírio Ferreira

Elenco: Daniel de Oliveira, Caroline Abras, Sandra Corveloni, Rômulo Braga, Matheus Nachtergaele, Milhem Cortaz, Ruy Guerra, Paulo César Pereio, Laura Ramos, Lívia Falcão, Servílio de Holanda, Armando Babaioff, Glicério Rosário, Brenda Lígia, Christiane Tricerri.

Ano: 2014

Sinopse: Temendo uma relação incestuosa entre seus filhos Raquel e Pedro, Rosa dá a guarda do garoto, então com 10 anos, para Kaleb, dono de um circo em temporada na ilha em que moram. Vinte anos depois, Pedro volta com o nome artístico Zolah, o homem-bala, estrela do circo Netuno, para resgatar seu passado. O encontro com sua irmã e com sua mãe vai ajudá-lo a entender suas angústias e medos.

Comentários do CINEVITOR: Sabemos muito bem que o Brasil adora fazer comédia no cinema e que de uns anos pra cá filmes deste gênero têm ganhado mais respeito do público e da crítica. Mas, por aqui, também existe o tal cinema autoral, que diga-se de passagem, tem ganhado cada vez mais projeção país afora. Ainda bem. Sangue Azul se encaixa nessa categoria, seguindo uma linha mais dramática em um filme muito bem dirigido pelo pernambucano Lírio Ferreira. Ao falar de amor, medos e angústias, o diretor consegue, ao longo de duas horas, destacar um pouco de cada personagem, apresentando sua histórias, seus dilemas e seus mistérios. Além de um elenco afiado, com ótimas atuações, vale ressaltar o quão belo visualmente é Sangue Azul. Rodado inteiramente no paraíso de Fernando de Noronha, a exuberante fotografia de Mauro Pinheiro Jr. nos presenteia com belíssimos enquadramentos do local. Vale destacar a cena do mergulho, uma das mais bonitas do filme, quando os personagens de Daniel de Oliveira e Carolina Abras nadam pela imensidão do mar, em um momento íntimo que traz à tona memórias de um passado enigmático marcado pela impossibilidade do amor em um território remoto. Em meio a belas paisagens, o filme também tem seus momentos de comédia, principalmente nas cenas que se passam no circo, talvez o local mais descontraído da história, onde cada um preocupa-se apenas em apresentar seu número, focado na performance, esquecendo, por alguns segundos, o que acontece fora daquela lona. Com muito mais qualidades do que defeito, Sangue Azul derrapa levemente no roteiro, que em seus últimos minutos parece se perder um pouco na narrativa. Mas, nada grave. Em um filme onde o passado se encontra com o presente, vale a reflexão de que muitas vezes é necessário expor seus desejos e aqueles sentimentos que te corroem por dentro para encontrar um final feliz. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

nota-4-estrelas

 

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