Renata Almeida Magalhães assume a presidência da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais

por: Cinevitor
A produtora é a primeira mulher a assumir a presidência da entidade.

A produtora carioca Renata Almeida Magalhães assume a presidência da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais no próximo dia 1º de julho. Eleita pelo Conselho Deliberativo para o biênio 2022-2024, ela ocupa o cargo que, desde 2018, era do produtor Jorge Peregrino, tornando-se a primeira mulher à frente da mais importante entidade do setor audiovisual do país.

A nova diretoria será composta por Paulo Mendonça (vice-presidente), Bárbara Paz (diretora secretária) e três novos membros: Jeferson De (diretor de comunicação), Ariadne Mazzetti (diretora financeira) e Allan Deberton (diretor social).

Jorge Peregrino, que continua no conselho, decidiu deixar a presidência após quatro anos. Sua gestão teve início em 2018, depois do falecimento do então presidente Roberto Farias. Nesse período, promoveu grandes avanços, com destaque para a conquista da independência na escolha do filme que representa o Brasil no Oscar. Em 2020, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais foi reconhecida oficialmente pela AMPAS, Academy of Motion Picture Arts and Sciences, como a única entidade credenciada para indicar o longa que representa o Brasil na categoria de melhor filme internacional. Antes, a seleção era feita pelo governo federal, através do extinto Ministério da Cultura.

Outra importante conquista na gestão de Jorge Peregrino foi o reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha, que este ano designou à Academia Brasileira a responsabilidade de escolher o longa brasileiro que disputa uma vaga no Prêmio Goya na categoria melhor filme ibero-americano.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais também conseguiu realizar ininterruptamente o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, apesar das dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19 nos últimos dois anos. Em 2022, a principal premiação do setor audiovisual voltará ao formato presencial, já sob gestão de Renata Almeida Magalhães, com cerimônia marcada para o dia 10 de agosto, na Cidade das Artes, Rio de Janeiro.

Renata Almeida Magalhães é uma das produtoras mais atuantes do setor audiovisual brasileiro. Graduada em Direito e especializada em legislação de incentivo fiscal para cultura, estreou no cinema aos 17 anos como diretora do curta-metragem Vitória, realizado em 1979. Em seguida foi assistente de direção no longa Menino do Rio (1981), de Antônio Calmon. Mas, depois de acompanhar as filmagens de Quilombo (1983), de Carlos Diegues, e de transformar a experiência em um documentário, passou a focar sua carreira na produção de longas e, posteriormente, comerciais e videoclipes musicais.

Produziu diversos filmes de Cacá Diegues, como Um Trem para as Estrelas, Dias Melhores Virão, Tieta do Agreste, O Melhor Amor do Mundo, Orfeu e O Grande Circo Místico. Produziu sozinha e colaborou no roteiro de Deus é Brasileiro, filme que levou mais de 1,6 milhão de espectadores ao cinema. Assinou a produção da série documental Favela Gay: Periferias LGBTQI+, de Rodrigo Felha, para o Canal Brasil, e do longa Aumenta que é Rock and Roll, de Tomás Portela, que está em finalização e será lançado em breve nos cinemas. Renata foi também coprodutora de Cinema Falado, de Caetano Veloso, e produtora executiva de Dedé Mamata, de Rodolfo Brandão.

Foto: Divulgação.

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