Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2020, que aconteceria em outubro, é cancelado

por: Cinevitor

brasilia2020festivalVladimir Carvalho no palco do Cine Brasília no ano passado.

Criado em 1965, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é considerado o mais antigo evento do gênero no país. Inicialmente, em suas duas primeiras edições, surgiu como Semana do Cinema Brasileiro. A ideia foi organizada por Jean Claude Bernardet, Vladimir Carvalho e Paulo Sales Gomes. Ao longo de sua trajetória, foi cancelado três vezes, por conta da censura na época da ditadura militar: 1972, 1973 e 1974.

Prestes a realizar sua 53ª edição, em outubro, o tradicional Festival de Brasília não acontecerá em 2020. A notícia foi publicada no jornal Correio Braziliense, neste domingo, 07/06, em matéria escrita pela jornalista Ana Maria Campos. Segundo a publicação, Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, a decisão em relação ao cancelamento foi tomada por falta de verba.

Até então, um orçamento de 3 milhões de reais da Secretaria de Cultura estava confirmado para a realização do festival, porém, tal recurso foi destinado à Secretaria de Economia por conta da pandemia de Covid-19, que gerou uma forte crise financeira. A notícia pegou de surpresa o setor audiovisual brasileiro e alguns cineastas se posicionaram em relação ao cancelamento, como Iberê Carvalho, Adirley Queirós e Dacia Ibiapina, em matéria publicada no site Metrópoles neste domingo. Clique aqui para ler.

Em anos de história, o Festival de Brasília registrou momentos inesquecíveis, debates importantes e entregou o Troféu Candango para obras que marcaram a história do cinema brasileiro, como: A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Todas as Mulheres do Mundo, O Bandido da Luz Vermelha, Xica da Silva, A Hora da Estrela, Alma Corsária, Baile Perfumado, Santo Forte, Bicho de Sete Cabeças, Lavoura Arcaica, Amarelo Manga, Arábia, entre outros.

No ano passado, A Febre, de Maya Da-Rin, foi o grande vencedor e recebeu, no Cine Brasília, cinco prêmios, entre eles, o de melhor filme. Dirigido por Gil Baroni, Alice Júnior foi o segundo maior premiado da 52ª edição com quatro Candangos, entre eles, o de melhor atriz para Anne Celestino Mota. Na categoria curta-metragem, , de Ana Flávia Cavalcanti e Julia Zakia, foi consagrado.

Foto: Mayangdi Inzaulgarat.

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