Conheça os vencedores da 21ª Goiânia Mostra Curtas

por: Cinevitor
Cena do curta Cantareira, de Rodrigo Ribeyro: dois prêmios.

A Goiânia Mostra Curtas anunciou neste domingo, 10/07, os vencedores de sua 21ª edição. A cerimônia virtual foi apresentada por Izza Monteiro e contou com participações de convidados, além de uma confraternização com a DJ AnarkoTrans encerrando o evento.

Na Curta Mostra Brasil, o grande vencedor foi o curta Uma paciência selvagem me trouxe até aqui, de Érica Sarmet, que recebeu o Troféu Icumam de melhor filme. O júri oficial foi formado por Daniel Nolasco (diretor e roteirista), Flavia Cândida (curadora, cineasta e produtora) e Lidiana Reis (produtora e roteirista).

O Prêmio Canal Brasil de Curtas foi para Cantareira, de Rodrigo Ribeyro. O filme, eleito pelo júri do Canal Brasil composto por jornalistas especializados em cinema Cecília Barroso, Francisco Carbone e Larissa Paiva, recebeu o prêmio de 15 mil reais e o Troféu Canal Brasil; o Prêmio Aquisição Sesc TV foi para 0,2 Miligramas de Ouro, de Diego Quinderé de Carvalho, que recebeu o prêmio no valor de R$ 4 mil.

Na competição Curta Mostra Goiás, o filme Até a luz voltar, de Alana Ferreira, foi o grande vencedor e levou o Troféu Icumam de melhor filme e melhor direção. O júri foi formado por Cintia Domit Bittar, Filippo Pitanga e Lorran Dias.

Os premiados deste ano foram contemplados ainda com locação de equipamentos, consultorias, serviços de pós-produção, bolsas de formação, prêmios de aquisição e em dinheiro. Doze empresas foram parceiras, ao lado do Icumam, na premiação da 21ª Goiânia Mostra Curtas, são elas: Canal Brasil, SescTV, Effects, Link Digital, CiaRio, DOT Cine, Mistika, C/As4tro, Ultrassom, Estúdio JLS, Academia internacional de Cinema e Centro Técnico Audiovisual.

“A 21ª Goiânia Mostra Curtas segue adiante trilhando caminhos que assimilam o nosso tempo. O festival se realizou de forma on-line, empenhado em trazer ao público de todas as idades o que há de mais instigante e inovador no cinema nacional de curta-metragem, onde buscamos construir oportunidades de conexão entre pessoas para a convivência, a reflexão e a troca de ideias e afetos”, disse Maria Abdalla, diretora geral da mostra.

Além dos filmes premiados, a homenageada do festival, Karine Teles, também recebeu o Troféu Icumam, que nessa edição foi assinado por Daniela Ktenas, goiana, artista visual e designer há mais de 20 anos. Considerada um dos maiores nomes do cinema nacional, a atriz, diretora e roteirista Karine Teles é responsável por alguns dos papéis mais inesquecíveis em longas-metragens como Benzinho, Bacurau, Que Horas Ela Volta?, Riscado, na série Os Últimos Dias de Gilda e em telenovela como Pantanal; seu curta-metragem como diretora, Romance, foi exibido na programação da mostra.

A 21ª Goiânia Mostra Curtas aconteceu entre os dias 5 e 10 de julho, com 88 filmes, de 18 estados brasileiros, além de diversas atividades paralelas, de forma on-line e gratuita. Vale lembrar que os filmes ficam disponíveis até o dia 13 de julho na plataforma (clique aqui).

Conheça os vencedores da Goiânia Mostra Curtas 2022:

MOSTRA BRASIL

MELHOR FILME
Uma paciência selvagem me trouxe até aqui, de Érica Sarmet (RJ)
Justificativa: O melhor filme da 21ª Goiânia Mostra Curtas não cabe em si… atravessado por obras artísticas e ativistas que lhe antecederam, o filme transborda vida, liberdade e afetos com sua direção precisa e poética tecida através de diferentes registros estéticos narrativos e temporalidades que se embaralham e potencializam o diálogo entre duas gerações e suas conquistas.

MELHOR DIREÇÃO
Rodrigo Ribeyro, por Cantareira
Justificativa: Pela interessante proposta de refletir sobre o nosso mundo contemporâneo através de uma narrativa que rompe com as histórias cansadas de pessoas dissidentes que fogem das pequenas cidades para os grandes centros urbanos, criando um instigante contraponto entre duas gerações que se encontram na inadequação com a modernidade capitalista, e por um trabalho de direção que é carregado de sutilezas, que podem ser percebidas na construção de uma complexa paisagem sonora e no excelente trabalho da fotografia.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Meus santos saúdam seus santos, de Rodrigo Antonio (PA)
Justificativa: Pela sensibilidade de nos guiar diante de um caminho de descoberta de si, onde a ancestralidade referenciada pela troca gentil entre o personagem e a sua avó abre os cursos necessários para o encontro com o mundo que existe além do que podemos ver. Nessa trajetória de cura pessoal, o diretor nos convida também a abrir os olhos, os ouvidos e os sentidos.

MENÇÃO HONROSA
0,2 Miligramas de Ouro, de Diego Quinderé de Carvalho (RJ)
Justificativa: O filme nos mostra como o futuro não é uma ideia vazia. Ao contrapor a Amazônia, essa floresta tropical e indomável, à floresta criada pelo homem, organizada e servil, confirmando a ilusão antropocena de superioridade, diante da vida, mas mostrando o futuro frio que nos espera, caso não tenhamos enquanto sociedade o entendimento de que lutar por nossa existência é garantir a floresta em pé.

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Cantareira, de Rodrigo Ribeyro (SP)
Justificativa: Pela relação entre Bento e Sylvio, neto e avô, e suas conexões com a Serra da Cantareira, em São Paulo. O filme foca na dinâmica entre a metrópole e a natureza. O impacto do tempo nas relações e espaços é parte da construção desse lugar de memória afetiva e ancestralidade.

PRÊMIO AQUISIÇÃO SESC TV
0,2 Miligramas de Ouro, de Diego Quinderé de Carvalho (RJ)
Justificativa: Pela qualidade fílmica, pela relevância temática, pela diversidade regional, pela resistência em abordar temas como garimpo, desmatamento, ciência e vida e também pela perspectiva ameríndia.

MOSTRA GOIÁS

MELHOR FILME
Até a Luz Voltar, de Alana Ferreira
Justificativa: Pela transcendência da expectativa de padrões normativos tanto na sexualidade quanto nos ambientes religiosos, numa confluência artística de todos os departamentos que aproxima o público daquele universo com total entrega.

MELHOR DIREÇÃO
Alana Ferreira, por Até a Luz Voltar
Justificativa: Pelo alcance da coesão entre o domínio narrativo e a habilidosa direção de elenco e equipe, que traz uma abordagem do tema com sensibilidade sem abrir mão do tensionamento entre a estética e o ritmo.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
A Última Valsa, de André Srur
Justificativa: Pela abordagem que faz do tema tanto pelas suas opções imagéticas quanto pela representação fantástica da concretude de fins e recomeços, tendo o amor como elemento agregador das diferenças.

MENÇÃO HONROSA
Guia (des)orientador do sexo entre mulheres, de Pollyanna Marques
Justificativa: Pela força do tema e da palavra enunciada a partir de subjetividades que dialogam com o prazer e o desejo entre mulheres.

MOSTRA ANIMAÇÃO

MELHOR FILME
A Raiz de Um, de Pedro Henrique Lima (PE)
Justificativa: Pela instigante proposta artística empregada na urgência de se materializar em animação a saúde emocional dos jovens no contexto da pandemia e diante de uma estética minimalista e ao mesmo tempo brutal.

MELHOR DIREÇÃO
Leonardo Lacca, por Modelo Vídeo
Justificativa: Pela direção de uma coletividade criativa na geração de movimentos e dinâmicas perante o estático como paralelo da própria pandemia, com diversas subjetividades ativas de cada um dos artistas.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Peixinho, de Edson Germinio (MG)
Justificativa: Pela ousadia de assumir a melancolia como estética provocativa sobre uma condição social injusta e com traços que remetem à arte popular de xilogravura, silhueta ao cordel.

Foto: Divulgação.

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