Cinderela

por: Cinevitor

Cinderella

Direção: Kay Cannon

Elenco: Camila Cabello, Nicholas Galitzine, Idina Menzel, Pierce Brosnan, Minnie Driver, Tallulah Greive, Billy Porter, Maddie Baillio, Charlotte Spencer, James Corden, James Acaster, Romesh Ranganathan, Rob Beckett, Doc Brown (Ben Bailey Smith), Luke Latchman, Fra Fee, Jenet Le Lacheur, Mary Higgins, Beverley Knight, Natasha Patel, Nikkita Chadha, Vinani Mwazanzale, Lisa Spencer, Nakai Warikandwa, Keith Harrison Dworkin, Paddy Glynn, Anne Smith, Linda John-Pierre, Alex Bourne, Arazou Baker, Peta Cornish, Nandi Bushell, Manny Tsakanika, Channelle George, Antony Barlow, George Gjiggy Francis, Jean-Pascal Heynemand, Arun Kapur, Tom Neill, Richard Price, Jason Redshaw, John Alan Roberts, Danny Salomon.

Ano: 2021

Sinopse: Cinderela é uma jovem ambiciosa cujos sonhos são maiores do que o seu mundo permite, mas com a ajuda de seu Fabuloso Fado Madrinho ela é capaz de perseverar e realizá-los.

Crítica: Com a proposta de apresentar uma nova e ousada abordagem musical do já conhecido conto de fadas, Cinderela, escrito e dirigido por Kay Cannon, produtora da franquia A Escolha Perfeita, traz a cantora e compositora cubana Camila Cabello no papel principal. Conhecida primeiramente pelo grupo Fifth Harmony e hoje em carreira solo, a artista, que acumula prêmios e bilhões de streams nas plataformas digitais, faz sua estreia nas telonas (leia-se Amazon Prime Video) como a gata borralheira. Seu talento musical, claro, é inegável; porém, sua atuação carece de carisma e de uma entrega mais robusta. Aliás, grande parte do elenco desta nova versão do clássico se apresenta caricato ou deslocado. Idina Menzel, sucesso na Broadway e que ganhou ainda mais destaque ao interpretar a canção Let it Go, da premiada animação Frozen, interpreta com exagero a madrasta; Nicholas Galitzine, o príncipe descolado, parece não ter entrado no personagem; e o onipresente James Corden, que também assina como um dos produtores, faz (mais uma vez) uma participação sem grande relevância. Entre todos, quem se destaca é Billy Porter, premiado pela série Pose, e que traz um Fabuloso Fado Madrinho deslumbrante e divertido; ponto alto do filme. Ainda que carregue um ritmo lento, o longa cresce por conta de alguns momentos musicais com canções já conhecidas do grande público, como por exemplo: Material Girl, da Madonna, You Gotta Be, de Des’ree, e Seven Nation Army, da dupla The White Stripes; mas nem assim consegue segurar a trama com empolgação. Vale destacar também a participação do rapper Doc Brown, que casa bem com a tal nova proposta de abordagem do clássico. Cinderela desliza na tentativa de passar uma mensagem mais empoderada; não pelo tema, algo extremamente necessário e relevante a ser cada vez mais debatido. Mas, pela falta de profundidade em tal discurso, que, neste caso, soa como algo mais forçado do que genuíno. Entende-se a necessidade (e a vontade) de dar um novo rumo para a história, já bem conhecida e retratada diversas vezes em outras produções, porém, se o objetivo é abordar temas como machismo, desigualdade e equidade de gênero, que o faça com mais veemência e qualidade, ainda que seja necessário introduzir uma linguagem mais coloquial para o público, já que a obra tem capacidade e apelo para um grande alcance de espectadores. Talvez ficaria mais interessante se esse roteiro fosse adaptado para os dias de hoje com elementos mais atuais, porém, com resquícios de um passado ainda mais injusto comandado por uma sociedade patriarcal. Na tentativa de se modernizar com peças relevantes da cultura pop (músicas e elenco, principalmente), Cinderela se mostra previsível até nas novidades apresentadas, sem empolgação e carisma. Faltou brilho e magia. (Vitor Búrigo)

Nota do CINEVITOR:

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