4º Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

vaimelhorarcineveraoCássia Damasceno em Vai Melhorar, de Pedro Fiuza.

A quarta edição do Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol acontecerá entre os dias 20 e 22 de janeiro, com programação on-line e totalmente gratuita composta por mostras de filmes e debates. Após três edições presenciais de sucesso, com 57 filmes exibidos, este ano o festival acontecerá no formato virtual por conta da pandemia de Covid-19. Com realização da Pinote Produções, o projeto segue com o objetivo de ampliar as plataformas de difusão do cinema independente com foco na produção potiguar e brasileira.

O festival teve mais de 350 filmes inscritos nas duas mostras: a Mostra Cine Verão Poti exibirá obras de realizadores potiguares e rodados no estado do Rio Grande do Norte; e a Mostra Cine Verão Brasil exibirá obras realizadas por brasileiros de diversas regiões do país. A curadoria foi composta por: Marana Torrezani, Rafaela Bernardazzi e Raildon Lucena na Mostra Cine Verão Poti; e Arlindo Bezerra, Carito Cavalcanti e Heloísa Sousa na Mostra Cine Verão Brasil. Foram selecionados 10 curtas potiguares e 30 curtas nacionais, que serão exibidos no site do evento. Clique aqui.

Heloísa Sousa considera os festivais de cinema movimentos de resistência necessários: “Tenho percebido a curadoria de festivais como um exercício do olhar sobre as obras artísticas promovendo descentralizações e subversões das estéticas e éticas comuns. É também nesse sentido que se desdobra a seleção dos curtas-metragens que integram a programação da mostra nacional desta edição do Cine Verão, entre propostas documentais e de ficção advindas de diferentes cidades do Brasil, que com muita qualidade técnica e através de explorações consistentes na linguagem do audiovisual propõe outros protagonismos para as obras. Diante de um cenário tão devastador para o país, seja pela situação da pandemia, agravada pelas políticas de genocídio e de desmonte vividos, ter a oportunidade de apreciar e dialogar com tantas obras do cinema brasileiro e observar esse movimento de resistência e nossa capacidade de elaboração de múltiplas poesias é o que torna os festivais encontros tão necessários”.

Raildon Lucena ressaltou a satisfação de participar novamente do evento: “Uma grande satisfação participar mais uma vez do Cine Verão, dessa vez na curadoria do festival, que teve grandes produções inscritas esse ano. A seleção final é um panorama do que vem sendo produzido em nosso estado e mostra a evolução do audiovisual potiguar. O Cine Verão é um Festival que vem crescendo e se consolidando a cada edição, promovendo o audiovisual do RN e do Brasil”. Já Marana Torrezani destacou a quantidade de curtas de ficção: “Nos últimos anos houve um certo domínio dos documentários, aliás temos documentaristas maravilhosos aqui no Estado, mas é muito empolgante observar essa produção de ficção na cena potiguar. Sinto que especialmente esse ano, a mostra vai agradar não só o público, mas também a todo mundo que trabalha com audiovisual no estado”.

Sobre a mostra nacional, Arlindo Bezerra destacou a qualidade dos filmes selecionados: “Os perfis dos filmes apresentam uma diversidade de narrativas e discursos que mostram um recorte dos múltiplos protagonismos desse país. Acredito que o público irá conferir uma mostra de filmes de excelente qualidade técnica e artística, e preenchidos por afetividades”. E a linguagem poética de Carito Cavalcanti retrata essa diversidade: “As câmeras chegando com os índios em Mato Grosso do Sul na luta pelos seus direitos, sua terra, existência; resistência também no olho do Vidigal, olho do furacão pandêmico onde corre o Rio de janeiro a dezembro refletido-refletindo em sua diversidade e desigualdade; a Paraíba futurista-psicodélica e o Ceará em viagem interior-cosmopolita em suas várias histórias-representatividades humanas contra o preconceito; e o Paraná em charge e verso e reverso; e a Bahia nos dando mais que régua e (des)compasso; alguma coisa acontece no meu coração desvairado na Paulicéia; na cinematografia de tradução-tradição poética em outro Rio Grande, do Sul; nos documentários-ficções-fricções do cinema-curta, do cinema curto e grosso e delicado e poético e visionário e catártico e meta-eufórico! O cinema de guerrilha revelando ilhas-urgentes nesse país-continente”.

Conheça os filmes selecionados para o 4º Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol:

MOSTRA CINE VERÃO POTI

Cidadãos Invisíveis, de Paulo Dumaresq
Crisálida, de André Rosa
Dias Felizes, de André Santos
Mais um João, de Athos Muniz
Natureza do Homem, de André Santos
Quem Sabe Ele Mude, de Kell Allen
Somente Após o Descanso, de Sihan Felix
Urubá, de Rodrigo Sena
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza
Womaneater, de Paula Pardillos

MOSTRA CINE VERÃO BRASIL

A Barca, de Nilton Resende (AL)
Ausência, de Luiz Marchetti (MT)
Batom Vermelho Sangue, de R.B. Lima (PB)
Bochincho, O Filme, de Guilherme Suman (RS)
Castanhal, de Rodrigo Chagas e Marques Casara (AM/SP)
DNA-M Deus Não Acredita em Máquinas, de Ely Marques (PB)
Ela que Mora no Andar de Cima, de Amarildo Martins (PR)
Em Cima do Muro, de Hilda Lopes Pontes (BA)
Endless Love, de Duda Gambogi (RJ)
Inspirações, de Ariany e equipe (RJ)
Janelas Daqui, de Luciano Vidigal e Arthur Sherman (RJ)
Lacrimosa, de Matheus Heinz (RS)
Luís Humberto: O Olhar Possível, de Mariana Costa e Rafael Lobo (DF)
Marcas de Expressão: O Reflexo da Vida nas Ruas, de Luan Macedo e Valesca Macedo (AL)
Marco, de Sara Benvenuto (CE)
Mãtãnãg, A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (MG)
Miga, Cê é Drag?, de Gustavo Zampoli (SP)
Mihe’aka Voxené: Simoné Veyopé Ûti! (Abre Caminho: nossas câmeras chegaram!), de Raylson Chaves (MS)
Modelo Morto, Modelo Vivo, de Iuri Bermudes e Leona Jhovs (SP)
Nadir, de Fábio Rogério (SE)
O Caminho das Águas, de Antonio Fargoni e Karla Ferreira (PE)
O Menino e o Ovo, de Juliana Capilé (MT)
O Menino que Morava no Som, de Felipe Soares (PE)
Papinha de Goiaba, de Tiago Fonseca (RJ)
Pelano!, de Chris Mariani e Calebe Lopes (BA)
Prefiro que me Xinguem, de Levi Guimarães Luiz e Marcos Warschauer (SP)
Quarta: Dia de Jogo, de Clara Henriques e Luiza França (RJ)
Salinas, de Gustavo Nakao (PR)
Se Não For Divertido Não Tem Graça, de Vinicius Comoti (PR)
Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR)

Foto: Divulgação/Casa da Praia.

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